A partir do gosto por vendas e do exemplo familiar, Romulo Vier trilhou os caminhos do empreendedorismo. Ele assumiu a direção das Lojas Prata em 2004 e, por se considerar uma pessoa exigente, está sempre em busca de evolução e melhorias, principalmente para a empresa que comanda.
Vier participou de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora e abordou detalhes da sua trajetória e ideias de inovação para a empresa. Além disso, afirma que seu propósito como diretor é poder ajudar a comunidade ao desenvolver, dentro da Prata, um ecossistema que auxilie na autoestima e personalidade de seus clientes.
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Vier explica que antes de assumir a direção da empresa, passou pela categoria de base do Internacional, onde atuou por quatro anos. “Era um ambiente muito competitivo. A busca dos treinadores por jogadores novos era constante, então eu tive que aprender a me superar”, afirma. Por conta disso, frisa que foi um período de grande aprendizado que utiliza até hoje nas estratégias da loja.
“Como empreendedor e pessoa, muitas vezes temos que buscar em nós mesmos a autoestima para vencer as coisas. Tive o privilégio de conviver em locais que me desafiaram. A disciplina e método que antes usava para os estudos, agora aplico na empresa”, comenta.
ENTREVISTA – Romulo Vier • Diretor das Lojas Prata
“Precisamos de pessoas que estejam acostumadas a aprender, reaprender e desaprender se for preciso”
Rogério Wink: Como iniciou a sua participação na Prata?
Romulo Vier: Sempre me posicionei em relação aos negócios. Participava de feiras com meu pai e quando recebi a oportunidade, em 2004, falei que iria assumir se ele saísse. Como na época ninguém tinha muita motivação para cuidar, ele deixou a empresa. Então eu assumi e comecei a tocar a loja.
Wink: O que mudou recentemente no foco da empresa?
Vier: A empresa tem um negócio muito dinâmico. De 2004 a 2009 sempre foi a loja da galera, com enfoque somente nisso. Hoje, ainda temos a presença do jovem, mas o principal consumidor passou a ser o homem e a mulher adultos. A pandemia nos ensinou muito. Comecei a procurar mais informação e senti que precisávamos de algo mais óbvio, que realmente mostrasse pro consumidor quem é referência. Temos, hoje, um slogan que identifica que somos o local sagrado do estilo e moda, que somos referência.
Wink: Alguém te ajudou nesse reposicionamento?
Vier: Temos buscado as melhores pessoas do Brasil para nos ajudar em cada área. Em 2016 conhecemos uma consultora internacional de estilo e moda, que abriu as portas para nós. Ela deixou como ensinamento que sempre há o que melhorar, só basta ser humilde e reconhecer. Por exemplo, nós batemos o recorde de vendas neste sábado, mas eu não estou satisfeito. Eu sei que a gente pode mais.
Wink: Qual o perfil que você busca em um funcionário?
Vier: Eu sou acelerado, então eu preciso que a pessoa consiga acompanhar o ritmo, pense e execute rápido o que a gente pede. Ou seja, ter um pensamento sistêmico é essencial. Além disso, o mais importante é ser alguém que goste de encantar, servir e entender pessoas. Nosso atendimento e relacionamento com o cliente estão entre as prioridades.
Wink: Um gerente numa loja faz diferença?
Vier: Muita. É incrível a importância de um gerente, afinal nenhum vendedor ou funcionário vai estar acima dele. Ele é o patamar da equipe. Por isso, contratar a pessoa certa deixa uma marca significativa na empresa. Por esse motivo temos buscado alguém que seja mais voltado ao comercial, com apenas um gancho ao administrativo.
Wink: O que te inspira a buscar inovação?
Vier: Nós tentamos, o tempo inteiro, pequenas inovações para melhorar o processo em cada parte da empresa. Se funciona, repete; se não, para logo. Precisamos de pessoas que estejam acostumadas a aprender, reaprender e desaprender se for preciso. Só assim que nascem novas ideias. Há muita liberdade na companhia, o pessoal palpita de tudo que é lado. É uma verdadeira chuva de ideias.
Wink: Como você enxerga o varejo neste momento de colisão de meios de venda?
Vier: É um desafio. Hoje um lead quente continua sendo o cliente na porta, olho no olho. Porém, infelizmente, o contato diminuiu e a porta de entrada agora é o WhatsApp. O único jeito é encantar por ali. Nós temos o desafio de nos destacar nesses meios. Aprender e entender como conquistar o cliente por esses locais é um trabalho de inovação. Humanizar o atendimento online é um grande desafio.