A Sociedade Cultural Recreativa e Esportiva Cosuel (Screc), em Encantado, sediou recentemente o 2º Encontro de Produtores do Programa Vale dos Lácteos da Dália Alimentos. Na ocasião, o gerente da Divisão Produção Agropecuária, Fernando Oliveira de Araújo, abordou a importância da qualidade na produção leiteira. “A atividade leiteira exige que o produtor seja eficiente por meio de um bom manejo e instalação adequada para o conforto dos animais. Os produtores atentos a isso são os que devem permanecer e crescer na atividade”, projetou.
Já o supervisor do setor Gado Leiteiro, Yago Machado da Rosa, apresentou a criação de terneiras e novilhas nos programas de assistência técnica da cooperativa. “Nos dados coletados, podemos avaliar a eficiência na fase de cria e recria, avaliando pontos chaves, como o desmame e a idade em que os animais se tornam aptos à inseminação”, pontuou.
Redução de tempo e custo
O supervisor destacou ainda a importância de preparar as vacas para a recria com idade menor, diferente do que vem ocorrendo em muitas propriedades do quadro social. “A partir dos dados que coletamos, separamos as situações em dois grupos: um com parição aos 23 meses, e outro aos 28 meses. Identificamos que no primeiro grupo, o rebanho atingiu, em média, 31,2 litros de leite/dia produzidos; já no outro, a média diária foi em torno de 23,1 litros/dia.”
Além do impacto na eficiência produtiva, o custo de uma novilha que demorou mais para parir e, consequentemente, para produzir leite, girou entre R$ 11,50 a R$ 17,50 por dia. “Esse valor, em cinco meses (período equivalente à diferença do grupo menos eficiente para os mais eficiente) representa uma média de custo de R$ 2.175,00, levando em consideração a mão de obra/dia, vacinas e alimentação sem que ela esteja produzindo.”
Colostro e eficiência produtiva
O doutor em Produção Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em gado jovem da Cargil, Ilton Diniz, explanou sobre os cuidados que o produtor de leite precisa ter com a terneira e que, após o nascimento, a primeira tarefa importante é o fornecimento correto do colostro. “A partir desse cuidado, o produtor pode estar perdendo altos valores financeiros sem perceber. Por exemplo: uma novilha, na média nacional, custa entre R$ 7 a R$ 8 mil, e esse investimento só terá o retorno desejado na segunda lactação do animal. Portanto, um retorno financeiro desejável começa com o fornecimento adequado do colostro.”
Um rebanho longevo gera lucro
Já o consultor da Cargill, Airton Vanderlinde, falou sobre a evolução genética do rebanho, citando a vaca holandesa, que só consegue ter plena lactação a partir da terceira cria. “Cada animal que o produtor descarta gera muito prejuízo. Por isso, ter animais mais longevos se faz necessário para a lucratividade”, orienta.
Para ele, outro fator que representa prejuízo é a engorda de um animal que acaba consumindo mais alimento sem produzir leite. “Para evitar isso, é preciso deixá-la seca por menos tempo possível depois da primeira lactação, ou seja, 60 dias seca e cerca de nove meses de gestação”, compara.
LEGENDA:
2º Encontro de Produtores do Programa Vale dos Lácteos reuniu associados em Encantado
crédito: Kástenes R. Casali/divulgação