Localização privilegiada, às margens de duas importantes rodovias e reconhecido pela diversificação na economia. Do tabaco ao chimarrão, Venâncio Aires está entre os municípios mais industrializados do Rio Grande do Sul. E explorar ainda mais essa vocação, além de fortalecer o turismo e qualificar a infraestrutura estão entre os caminhos para o futuro.
Hoje, a Capital do Chimarrão completa 132 anos de emancipação. Situado no Vale do Rio Pardo, o município fica colado no Vale do Taquari. Esta proximidade, inclusive, motiva uma mudança de estratégia. Além de pertencer às entidades ligadas a sua região “de origem”, também se filiou recentemente à Amvat e a Amturvales.
Em seu terceiro ano de mandato, o prefeito Jarbas da Rosa entende que Venâncio Aires deve se valer da localização geográfica para fomentar o desenvolvimento econômico, social e cultural. “Estar integrado à Amvat e a Amvarp (Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo) nos possibilita compartilhar dos mesmos ideais e lutas dessas duas regiões”, salienta.
Historicamente, no âmbito político, a ligação com o Vale do Rio Pardo sempre foi mais forte. Porém, a diversificação econômica modificou esse cenário. “Muito dessa proximidade se dava pela produção do tabaco. Mas observamos mudanças na questão agrícola nos últimos anos, com a proteína animal. Estamos muito próximos das grandes cooperativas do Vale do Taquari”.
Necessidade de investimentos
Duas das rodovias mais movimentadas do interior passam por Venâncio Aires. A RSC-287, que conecta o Vale do Rio Pardo com Porto Alegre e a fronteira será duplicada a partir deste ano. Uma obra aguardada há, pelo menos duas décadas. Rosa lembra que, pelo cronograma inicial da Sacyr, os trabalhos seriam executados a partir do quarto ano de concessão.
“Conseguimos fazer uma antecipação e as obras devem iniciar em setembro. Das cinco praças de pedágio da 287, a mais movimentada é a de Venâncio. O trecho até Santa Cruz do Sul (de 30 quilômetros) tem um fluxo de 12 mil veículos por dia. É muito movimento”, pontua.
Por outro lado, o Executivo acompanha com atenção os desdobramentos sobre a concessão da RSC-453. O trecho de Venâncio, de seis quilômetros, está dentro do perímetro urbano e passa pelo distrito industrial, sendo também a principal ligação com Lajeado.
“Toda a nossa produção passa por ali. É uma rota de escoamento. Por isso, temos interesse especial em participar das discussões junto ao Estado. É uma rodovia estratégica”, destaca o prefeito.
Preservar a tradição
Venâncio Aires é conhecido como a Capital Nacional do Chimarrão. Embora não seja o maior produtor, o município justifica o título graças às indústrias ervateiras, que mantém a tradição viva. Conforme o vice-presidente do Sindicato da Indústria do Mate no RS, Gilberto Heck, são três em atuação hoje, inclusive a empresa comandada por ele.
“Nossa agricultura se dinamizou bastante. O setor primário migrou para outras culturas e a erva-mate acabou se estabilizando mais na região de Arvorezinha. Aqui, se perdeu um pouco de plantio, muito também pela dificuldade de mão de obra. Mas sempre quando se fala de Venâncio em qualquer lugar, vinculam ao chimarrão. Cabe a nós, do setor industrial, manter isso”, destaca.
Heck mostra otimismo com o futuro do setor, pelo fato da erva-mate se enquadrar como um produto natural. “Nós focamos muito no mercado externo, tendo em vista que o nacional é muito localizado. Na Ásia, a demanda por erva-mate tem crescido muito, principalmente pelo hábito do consumo de chá”.
Virtudes
Com mais de 20 anos de trajetória e 450 associados, a Câmara do Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva) busca contribuir com o desenvolvimento do município ao assumir um papel de entidade representativa das empresas. A atual presidente, Roberta Fischer salienta que, hoje, a cidade possui virtudes que precisam ser evidenciadas.
“Estamos em constante desenvolvimento, com boa localização, acessos facilitados e excelente qualidade de vida. Nosso polo industrial está cada vez mais diversificado e uma boa oferta de emprego. Por isso, sempre buscamos manter um excelente relacionamento com o Poder Público, pois lutamos pelo mesmo objetivo”.
No ramo da proteína animal, Venâncio possui 11 frigoríficos em atividade e contabiliza mais de 7,3 mil propriedades rurais envolvidas com a produção primária. Apesar disso, a indústria fumageira ainda representa mais de 40% do setor primário do município. Já o setor metalmecânico é um dos mais fortes do RS.
Ao vivo
O programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102,9, será transmitido ao vivo de Venâncio Aires hoje, na praça em frente à Igreja Matriz.