Os colegas Bianca H. Becker, Maria Fernanda Feix, Rafaela Hüxher Kroth, Pedro Feix Barden e Arthur da Silva Junqueira sabem, na ponta da língua, para que serve e como funciona um biodigestor. Eles estão no 5° ano, na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Judas Tadeu, na Linha Grão Pará, em Venâncio Aires.
Desde o 3° ano, os estudantes conhecem o sistema de produção de gás de cozinha a partir de resíduos orgânicos. Em 2021, a escola foi uma das 20 instituições municipais e uma estadual contempladas com o projeto de biodigestores. Com recursos federais, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente realizou visitas técnicas nas instituições para ver a viabilidade de instalar os equipamentos.O secretário de Meio Ambiente, Nilson Lehmen, destaca o trabalho da engenheira química e fiscal ambiental Carin Taiara Gomes, e do engenheiro ambiental Maurício Knak de Almeida, responsáveis por todo o trabalho. “O projeto foi exclusivamente técnico, sem nenhuma interferência política.”
De acordo com Lehmen , além da gestão de resíduos, o sistema é uma ferramenta de educação ambiental.
O processo
O biodigestor, conforme Carin, é abastecido com restos de alimentos, tanto in natura quanto cozidos. A mistura de esterco bovino e água faz fermentar as sobras de alimentos, gerando o gás. Por meio de uma tubulação, chega à cozinha. “O gás gerado não é sufi ciente para demanda da escola, mas ajuda a abastecer”, explica Carin.
Do processo, sobra um líquido (bioadubo), usado como fertilizante natural. Este adubo é distribuído para as famílias dos estudantes e para comunidade do entorno.
Conforme a diretora Lisiane Siebeneichler, o biodigestor auxiliou na educação ambiental e até mesmo para reduzir o desperdício de alimentos. Embora o abastecimento com sobras de comida e a retirada do adubo líquido do tanque sejam feitos por profi ssionais da escola, os estudantes passaram a observar o quanto sobrava nos pratos. “Os alunos do pré ao 9° ano se servem no bufê. Hoje, eles põem no prato o que têm vontade de comer. Caso queiram, podem repetir, mas não desperdiçam o alimento.”

O abastecimento com sobras de alimentos fica a cargo dos funcionários da escola

Líquido que sobra do processo é um adubo natural distribuído para as famílias