Brasileiros e argentinos adoram competir. Não só no futebol, mas também na riqueza, na cultura, nos hábitos e até mesmo na origem de cada povo. Antes disso eram portugueses e espanhóis quem mantinham essa competição.
A Argentina foi inicialmente povoada por espanhóis, numa época em que nem se imaginava uma Espanha unida territorialmente como hoje. O Brasil, por sua vez teve colonização portuguesa, os vizinhos da Espanha.
Os portugueses sempre foram vistos pelos espanhóis como uma espécie de primo pobre. Pobres sim, mas jamais burros como bem nos mostra a teoria de que Cristóvão Colombo, o descobridor da América, passou a primeira parte de sua vida na Espanha como agente duplo ao serviço do rei D. João II de Portugal.
O pequeno reino de Portugal na verdade tinha em Castela um inimigo permanente. Por isso todos na corte assumiam o dever de proteger os segredos de navegação portuguesa nos séculos 14 e 15.
Em 1459, mais de trinta anos antes da descoberta da América, Fra Mauro (célebre cosmógrafo) já vira mostras inequívocas de expedições portuguesas que tinham encontrado e batizado terras situadas além de duas mil milhas oeste de Lisboa. Os Açores situam-se a cerca de mil milhas de Lisboa e ao dobro desta distância encontra-se tão somente, a América.
O descobridor da América, portanto, não era aquele navegador imbecil perdido num mar negro de ignorância, convencido de que descobrira a Índia na metade do mundo oposta à sua verdadeira localização, como a história oficial teima em afirmar.
Desde que Cabral reivindicou o Brasil em 1500, posse garantida pelo Tratado de Tordesilhas de 1494, o véu de sigilo que a Coroa e sua Ordem de Cristo (consequência do fim da Ordem dos Templários) tinham mantido sobre o Atlântico já não era importante.
Tudo indica que D. João II e Colombo atuaram em conjunto para enganar a Espanha, desviando as atenções desta para a rota falsa de uma Índia a ocidente. E levam os espanhóis a assinar um novo tratado que servia aos interesses ocultos de Portugal.
O tratado de Tordesilhas, único do gênero no mundo, foi o ponto de virada no jogo político. Protegia por escrito o acesso marítimo de Portugal à verdadeira Índia. Os navios espanhóis passariam a estar, a partir daí, proibidos de navegar para a Índia. Só após a assinatura do tratado que salvaguardava a verdadeira Índia, é que D. João II deu ordens a Vasco da Gama e às embarcações portuguesas para se prepararem para deixar Lisboa a caminho da Índia via cabo da Boa Esperança. Só acha que os portugueses são bobos quem não conhece a história de Portugal.
