Autocracia ou Democracia?

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

Assuntos e temas do cotidiano

Autocracia ou Democracia?

Segunda feira, no jornal eletrônico “The News”, que recebo diariamente por e-mail, chamou a atenção o título acima, que dá nome a este artigo, seguido da seguinte manchete: “Níveis globais de democracia atingem menor número desde 80”. Abre a matéria dizendo que “no ano passado, os níveis globais de democracia caíram para patamares mais baixos do que em l986 e o número de países comandados por ditaduras ultrapassou o de democracias plenas pela primeira vez desde 1995. Só para ter idéia, em termos populacionais, 72% do globo vive hoje em países não democráticos.”

Para fazer a classificação são avaliados itens como liberdade de imprensa, independência entre poderes e repressão policial. Já os critérios objetivos observados na compilação do estudo partem de dois eixos: a tendência à “Democratização” e a tendência à “Autocratização”, elencando os itens de análise referentes à “Autocracia (Ditadura/Autocracia eleitoral) ” e à “Democracia (Democracia falha/Democracia plena)”.

Transcrevo mais da reportagem, por si só autoexplicativa: “Seguindo a definição, o número de democracias plenas caiu de um ápice de 44, em 2009, para 32, no ano passado. Já o número de ditaduras subiu de 22, em 2012, para 33 em 2022. Os motivos: ao que parece, essa mudança aconteceu como consequência das crises migratórias, pandemia de covid, guerra na Ucrânia e uma crescente polarização política nos países ocidentais.”

No levantamento, França, Alemanha e os países nórdicos são citados como exemplos de democracias plenas. As ditaduras, por outro lado, incluem Nicarágua, China e Coréia do Norte. Já a Hungria e a Polônia são exemplos de autocracias eleitorais, enquanto que, como democracias falhas, o Brasil e a África do Sul.

É um cenário que não podemos ignorar.

Aqueles regimes demoram a ser construídos, mas as ditaduras custam mais a ser desconstituídas. São o ambiente criado por poucos, que se locupletam dominando e explorando a população toda. São o retorno dos impérios e das monarquias da Idade Média, apenas com a diferença de que, naquela época, a Igreja respaldava os déspotas. Hoje, sai a Igreja e entram grandes redes de comunicação, acobertando a construção das ditaduras. Mal sabem elas que serão a primeira vítima, pois o totalitarismo só se sustenta tolhendo a liberdade de expressão.

Indispensável estarmos atentos para qual lado nosso governo pende, política e comercialmente. Se para aliados ditadores ou, para democracias consolidadas.

Isto é uma tarefa indelegável de cada brasileiro, que não pode ser deixada para o vizinho, a troco da nossa omissão. O custo, pela perda da democracia, atinge a todos, inclusive as gerações seguintes.

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