A onda das estátuas  e os exageros à parte

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

A onda das estátuas e os exageros à parte

O Vale do Taquari explode – no bom sentido da palavra – turisticamente por causa do Cristo Protetor e tudo que cerca o monumento. Agora, isso não significa dizer que precisamos criar uma espécie de “corrida contra o tempo” para ver quem anuncia a próxima estátua maior, mais isso, mais aquilo.
Estou só esperando alguém anunciar uma grande estátua em formato de língua e tobogã descendo a Lagoa da Harmonia em Teutônia, fazendo jus a todos os “linguarudos” de plantão no Vale. (É capaz dessa vingar antes de qualquer outra).

Brincadeiras à parte, precisamos perceber que o mais importante para nossas cidades é construir identidade, conceito e “vender” nosso potencial a partir daquilo que já construímos e somos. Venâncio Aires está num debate sobre a necessidade de construir um monumento. Ora bolas, Venâncio é nada mais nada menos do que a Capital Nacional do Chimarrão e estão “quebrando” a cabeça para construir um novo monumento? Eu pergunto: O que pode ser mais significativo, relevante e estratégico para o turismo de Venâncio Aires do que ser classificada como a terra do Chimarrão?

Em Arroio do Meio, as estátuas viraram até meme nas redes sociais

Com todo respeito aos idealizadores do debate em Venâncio e em tantas outras cidades da região, mas está faltando criatividade e sobrando repeteco. Vamos lá, ninguém vai aguentar vir para o Vale conhecer uma estátua ou monumento a cada 15 quilômetros. O anúncio da estátua do gaúcho, no Morro Gaúcho em Arroio do Meio está dando no que falar. Inclusive, virou meme nas redes sociais diante da fragilidade e a pouca robustez do projeto apresentado até aqui. Não podemos confundir idéias – até porque todo mundo tem um monte – com projetos turísticos capazes de transformar a realidade de uma cidade ou região.

As nossas cidades – uma mais, outras menos – têm potenciais incríveis no turismo. Algumas já consolidadas e com conceitos e identidades bem definidas. Outras, que ainda precisam construir símbolos e marcas para se conectarem mais ao ecossistema turístico existente.

Mas de fato, está ficando chata essa onda de sair erguendo estátua e monumento como se fosse garantia de sucesso turístico, a exemplo do Cristo Protetor de Encantado. As riquezas desse Vale são imensas. As culturas são singulares. A natureza é exuberante. O que precisamos aprender mais e melhor é embalar tudo isso, maquiar, pintar e vender ao mundo.

As experiências gastronômicas, o acolhimento, as montanhas, os vales, as flores, os cantos e os costumes são a força motriz existente em cada recanto regional. Não precisamos pensar em encher a região de estátuas e monumentos e esquecer de apostar e investir naquilo, repito, que já somos e temos. E isso, já é muito.


Forças, Languiru

Torcer é o que mais podemos fazer neste momento. Como rezar também ajuda, oremos. A situação da Cooperativa Languiru é dramática. O tamanho do rombo é maior do que muitos imaginam e/ou aceitam.

Este sábado de manhã é decisivo para a história e o futuro da instituição. Uma nova diretoria se apresenta para recuperar a credibilidade e tirar a cooperativa do buraco. Que a dívida bilionária, o desarranjo administrativo e a irresponsabilidade pregressa não tornem a missão dos novos dirigentes impossível.


CCR, não nos decepcione também!

Faz 20 dias que foram suspensas as obras de duplicação da BR-386, entre Lajeado e Marques de Souza. A CCR tem “crédito” por tudo que fez nesses dois anos de obras na rodovia. Contudo, entramos num momento decisivo para que a euforia não se transforme em decepção e revolta.

Vinte dias atrás, ninguém imaginava a possibilidade de suspensão dos trabalhos. O contrato da CCR com a Eurovias já foi desfeito e aguarda-se o anúncio da nova terceirizada a assumir os serviços e, principalmente, a cumprir os prazos estabelecidos no cronograma. Até porque, a cobrança de pedágio não foi suspensa nestes 20 dias.

Além disso, criou-se um problema social com a demissão de centenas de operários que trabalhavam para a Eurovias. Pessoas que atravessaram o Brasil e vieram morar em Lajeado, Marques de Souza, Travesseiro, agora se veem desempregadas e quase desamparadas. É imperioso que a nova terceirizada da CCR Via Sul olhe para estes trabalhadores e possa, de alguma forma, absorver esta mão de obra.

Em síntese, não há mais tempo para as obras ficaram interrompidas. Vamos lá CCR, não nos decepcione. Nós ainda não esquecemos os 10 anos de duplicação entre Estrela e Tabaí e não imaginamos reviver este filme.

Retirada de materiais, máquinas e equipamentos começou em 12 de abril. Ontem, CCR confirmou encerramento de vínculo com a Eurovias. Crédito: Filipe Faleiro

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