Nos momentos de crise enfrentados por uma empresa, é natural que as lideranças responsáveis pela gestão peçam ajuda a outras esferas da alta administração. Dar um passo atrás, fazer uma reflexão de que aquele grupo não está conseguindo resolver os problemas ou encontrar alternativas para as entregas é um ato de humildade. Faz parte de uma boa gestão reconhecer limites dentro das suas atribuições e responsabilidades e fazer uma autoavaliação.
As boas práticas da governança existem para nortear as empresas na busca constante por transparência, responsabilidade, equidade e prestação de contas. Também é necessário que se tenha vontade de ampliar os horizontes. Um pedido de ajuda requer reconhecer que não se tem naquela equipe da administração ou da gestão, incluindo-se aí a diretoria, pessoas em condições de encontrar alternativas que possam executar a estratégia proposta.
Os motivos podem ser justamente a falta de gente, ou de dinheiro, de tempo, de tecnologia ou simplesmente incapacidade administrativa. O primeiro passo é reconhecer esta fraqueza e recuar para, então, buscar ajuda.
Em atividades voluntárias ou remuneradas, com ou sem fins lucrativos, um dirigente que administra recursos de terceiros e não é o único dono do dinheiro, mas uma pessoa escolhida para administrar a empresa, deve saber fazer uso de comitês ou grupos de trabalho auxiliares à direção ou aos conselhos, para resolver problemas complexos.
Nestes órgãos de apoio, estatutários ou não, é possível organizar pautas com temas que demandam mais tempo e contar com pessoas especializadas em temas difíceis. Organizar um comitê ou grupo de trabalho requer uma pauta específica, com início, meio e fim, bem como autorização da administração para a sua implantação.
A escolha dos nomes desses grupos pode ser orientada para temas diversos como auditoria, crédito, finanças, pessoas, riscos, crise, estratégia e sustentabilidade, só para ficar em alguns exemplos. As pessoas escolhidas para estudar determinado assunto podem ser contratadas de fora do ambiente da empresa.
Com notório saber, trazem competências e conhecimentos para a solução de questões complexas. A perspectiva é atuar alinhados à cultura da empresa, mas sem o viés emocional que normalmente acompanha equipes internas da própria companhia ao longo do tempo.
Comitê ou grupo de trabalho em geral não tem poder decisório. Por que, então, faz sentido pensar neste tipo de alternativa? O principal motivo desse pedido de ajuda é permitir que a direção e a gestão atuem focadas no dia a dia da execução das suas atividades e que um grupo em separado possa colocar o seu conhecimento e o melhor do seu tempo na solução de algo complexo e que pode estar atrapalhando o curso da estratégia.
Um pedido de ajuda em tempo hábil pode salvar uma empresa. Reflita, pense e busque ajuda. Pedir ajuda é um ato de humildade e de muita sabedoria. Reconhecer que há um problema complexo e que não se sabe como resolver pode ser o começo da solução. E pedir ajuda é o primeiro passo.