Pais histéricos e o “medo” nas escolas

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Pais histéricos e o “medo” nas escolas

A foto de capa do jornal A Hora dessa quinta-feira deveria se espalhar tanto nas redes sociais quanto as fantasiosas mensagens de ameaças nas escolas. A imagem é de uma turma da escola estadual Irmã Branca, de Lajeado, e mostra alunos com sorriso no rosto, segurando cartazes de motivação e entusiasmo. Felizes. Essa é – e deve continuar sendo – a vida nas nossas escolas. É incrível o quanto a ignorância toma conta de corações e mentes de pessoas que se deixam inundar por boatos e fake news que levam tensão para o ambiente escolar.

O depoimento do diretor do Ceat, Rodrigo Ulrich, nessa mesma reportagem, foi cirúrgica, senão vejamos: “Precisamos sair do Whatsapp, das mensagens nos grupos e falar pessoalmente. Entender o sentimento das famílias, dos professores e dos alunos neste momento”. Bingo. É isso mesmo.

Sair da liquidez das redes sociais e dessa propagação histérica de boatos e mentiras e olhar para o mundo real. Não podemos ser permeáveis a ponto de perder o senso da realidade diária e criar um ambiente hostil para nossos filhos e alunos. Basta um incendiário (a) largar um boato, mentira ou uma invencionice num grupo de whatsapp para pais saírem em bloco buscar os filhos na escola. Ou sequer levar.

Não podemos confundir proteção e cuidado, com histeria. Não significa ignorar aspectos de violência ou de eventuais ameaças. Só precisamos ter a clareza de que violência não se combate com mais violência e que dotar nossos filhos e estudantes de medo não tornará o ambiente onde estão mais seguro.

Volto para a capa do jornal. Cenas como essa. Semblantes como esses temos a obrigação de propagar entre a comunidade escolar. Apostar no bem. Investir no bem. Propagar os extraordinários exemplos de convívio pacífico, de amizade, de alegria, de encorajamento, de leveza. Ou simplesmente falar mais do Pacto Lajeado pela Paz, para citar uma, de tantas iniciativas públicas que estimulam o bem-estar nos ambientes escolares e sociais.


A nova Júlio e a coragem de tirar os fios

O projeto de reformulação da rua Júlio de Castilhos, principal via comercial do Vale do Taquari, empolga pela sua beleza. Detalhe: ele não considera o emaranhado de quase 50 fios que hoje atravessam a via fora a fora.

Na previsão do governo municipal, o custo para retirada da fiação é projetado em algo próximo a R$ 20 milhões. Sem entrar no mérito se o valor é alto ou baixo, nem mesmo quem e como será pago, é imperioso dizer que propor reformulação da Júlio de Castilhos e manter os fios suspensos do jeito que estão é apostar num projeto meia-boca. Se queremos realmente salvar a Júlio, dotá-la de atrativos singulares e torná-la atrativa aos lajeadenses e visitantes, não podemos pensar em manter os fios.

Essa região da cidade precisa muito de um F5. Um projeto revolucionador e que devolva protagonismo a este pulmão comercial. Mexer na Júlio é sinônimo de dor de cabeça, obras impactantes e um investimento significativo. Já que estamos dispostos a fazer, sugiro fazer bem feito logo. #semfiosnajulio.


Plumo, régua e esquadro

Ganha coro no meio empresarial a necessidade urgente de Lajeado nomear um corpo técnico de fiscais para monitorar e acompanhar as obras públicas. Prefeito Marcelo Caumo e a vice Gláucia Schumacher foram cobrados publicamente sobre o tema durante a reunião almoço com empresários na Acil, faz duas semanas.

Nos bastidores, o tema segue em debate intenso. “É uma vergonha o que está acontecendo em Lajeado. É um verdadeiro desserviço”, confessou a coluna um diretor de uma empresa cujo faturamento figura entre os top 10 de Lajeado.

A queixa é grande e muito consistente. É dinheiro público empenhado em obras malfeitas, onde aditivos viraram solução maquiavélica para sobrepor os problemas na execução de muitos projetos. Em muitos casos, não é necessário ser especialista ou conhecedor da área para perceber as grosserias que são feitas pelas ruas e bairros de Lajeado.

Crédito: Arquivo A Hora

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