A renúncia do presidente Dirceu Bayer do comando da Cooperativa Languiru é mais um triste capítulo desta potência gaúcha que se afundou em dívidas e se perdeu em meio a equívocos administrativos e de uma governança amadora.
A saída de Bayer era inevitável desde as primeiras notícias que dimensionavam o tamanho do rombo e dos problemas na cooperativa. A credibilidade, balizador número 1 para transpor situações complexas, virou pó em meio a uma gestão centralizadora e sem transparência. Bayer e o Conselho Administrativo saem em meio a uma profunda crise financeira, a pior de toda a história.
A renúncia elucida o tamanho da dificuldade e, diferente do que o próprio Bayer pregava, não se trata de fake news ou invenções da imprensa, especialmente do Grupo A Hora. Tirar a Languiru dessa depressão é tarefa árdua e requer aplicação dos conceitos mais elementares do cooperativismo, que aliás, caminharam ao largo nestes anos recentes da instituição.
A nova diretoria a ser formada precisará ter humildade para compor entre todas as partes, responsabilidade na condução do processo, transparência para apresentar os reais números e dados da cooperativa e, sobremaneira, aplicar um modelo de governança profissional. Deixar de lado egos, vaidades e interesses individuais para investir numa gestão profissional à altura que o momento delicado exige.
O Grupo A Hora, tal qual faz desde as primeiras reportagens em que externou os problemas da Languiru, seguirá atento, vigilante e empenhado em contribuir na superação da crise. Salvar a cooperativa é desejo de toda a região. Isso só virá se a veia cooperativista dos associados se sobrepor aos eventuais movimentos oportunistas. A instituição perdeu muito tempo com retóricas fantasiosas do presidente Bayer, que atacava mensageiros e ignorava as mensagens.
Uma nova diretoria precisa ser composta o quanto antes. Recuperar a credibilidade é tarefa primordial para recolocar a Languiru nos trilhos e fazer as cirurgias que se apresentam indispensáveis. Fazemos votos de que haja tempo suficiente para ser feito aquilo que até aqui foi ignorado.
