Os fatos em escolas do país, das ameaças em Lajeado ao ataque com quatro mortes em Blumenau, provocam o medo da sociedade. A resposta humana nestes momentos, do instinto de proteção, por vezes, beira o irracional.
Faço essa provocação por um motivo muito simples. Quanto mais pavor, mais as pessoas entregam a própria liberdade. Em nome da segurança, podem-se perder momentos importantes. Concordo que o tema é complexo, mas até que ponto enclausurar as crianças e jovens em dispositivos de controle de acesso, de câmeras de monitoramento, das portas com detectores de metais, vai garantir a segurança delas? De fato, isso será efetivo? Ou mesmo um incentivo? Pois sempre há alguém disposto a romper esse emaranhado e criar problemas pelo simples fato de ultrapassar um desafio.
Com certeza é necessário haver cuidados. A escola é um lugar sagrado. Deve ser protegida por todos. Agora, existem limites? Estamos criando uma geração de superprotegidos? Com menos autonomia, será que esses jovens terão inteligência emocional para viver a fase adulta?
São tantas perguntas. Deixo claro ao leitor, minha intenção não é respondê-las. São questões em aberto para pensarmos. Pais, escolas, governos, incrementam verbas para vigilância. Destinam altas cifras e, por vezes, esquecem o básico. De acompanhar jovens com problemas emocionais, fortalecer a educação fundamentada nas humanidades, aceitar o diverso como algo da vida, evitar a segregação, combater o bullying e tantas outras condutas pedagógicas relevantes.
Outro fator fundamental, esse com necessária adesão dos pais, verificar os conteúdos de internet aos quais os filhos têm acesso. Não os deixem à própria sorte na grande rede. Aos governos, é preciso sair do ostracismo e cobrar ações contundentes das grandes corporações da tecnologia na identificação de grupos que semeiam o ódio. Não se trata de liberdade de expressão quando se usam as ferramentas tecnológicas para organizar atos de violência e de terrorismo.
Estalo de aptidões
Ajudar o estudante a descobrir seus talentos. Talvez seja essa a missão mais importante dos professores. Quando o aluno, em especial no Ensino Médio, consegue criar visão de mundo e encaixar habilidades em alguma possível carreira profissional que instigue a própria criatividade, toda a sociedade ganha.
O projeto da Univates, “Estalo: desperte habilidades”, vai ao encontro dessa premissa. Nesta semana, 230 estudantes dos vales do Taquari e Rio Pardo, participaram da atividade no campus em Lajeado.
No encontro, os alunos vivenciaram experiências relacionadas à formação e à prática profissional de diversos cursos superiores. Foram 28 oficinas simultâneas. Cada jovem escolheu áreas das quais se identificam mais.
Iniciativa de valor e sempre bem-vinda. De volta nas escolas, saibam professores: quanto mais conhecerem seus alunos, mais poderão ver quais são as aptidões deles. Uma palavra sobre as qualidades podem fazer a diferença na vida desse jovem.
Vagas abertas na Uergs
A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) abriu vagas em 18 cursos de graduação para ingresso por meio das notas do Ensino Médio. São 738 vagas remanescentes do Sisu para ingresso em cursos ofertados em diferentes regiões do Estado. Entre elas o campus de Encantado, com a graduação em Administração (Rural e Agroindustrial). As inscrições estarão abertas entre 13 e 24 de abril e devem ser feitas pela internet, no endereço: academico.uergs.edu.br.