Há 22 anos no mercado, a Reinigend Química do Brasil está entre as principais empresas do município e, em sua área de atuação, é reconhecida nacionalmente. Com dezenas de certificados e licenças, é especializada na fabricação de produtos de limpeza, como detergentes e desinfetantes, e também na parte de análises, processos e tratabilidade.
Com uma marca estabelecida, a Reinigend surgiu inicialmente como uma cooperativa de serviços em Teutônia e atuava em modelo de trabalho familiar. A trajetória da empresa foi narrada em “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora apresentado por Rogério Wink. O sócio Renato Scheffler e a diretora Gicele Mylius foram os entrevistados.
Scheffler é nascido em Porto Alegre, mas a mãe era natural de Teutônia e o pai, de Ivoti. Ele cresceu na capital e voltou para o interior por um desejo do pai, após este comandar um posto de combustível. “Acabamos vindo para Languiru, numa propriedade até hoje nossa. Ele começou a plantar grãos, criar animais e produzir leite. Era mais o sonho dele”, relata.
Gicele, por outro lado, nasceu em Venâncio Aires. Filha de um motorista e de uma professora, herdou de ambos características que a ajudaram na sua formação pessoal. “A mãe me deu muito o gosto pelo estudo e busca por conhecimento, enquanto do pai eu peguei essa facilidade para me relacionar com outras pessoas”, recorda.
ENTREVISTA – Renato Scheffler e Gicele Mylius • sócio e diretora da Reinigend Química do Brasil
“Estamos em todos os níveis de produção”
Rogério Wink: O quão importante foi a formação técnica para vocês?
Renato Scheffler: Meu pai sempre dizia: vão estudar, estudem. Então, eu me formei no Colégio Teutônia, no curso técnico em agropecuária, e fui adiante. Meu primeiro trabalho foi em 1975, quando atuei no censo agropecuário em Teutônia. Aí depois trabalhei por muitos anos na Languiru em Bom Retiro do Sul. Pude colocar em prática o que aprendi no curso. Fiquei por lá e constituí família. Depois voltei para Teutônia.
Gicele Mylius: Eu fiz a formação de técnico contábil no segundo grau. Na época, tinha que optar por um caminho. Era o que se proporcionava na época, pois o ensino superior não era tão acessível como hoje em dia. Depois fiz curso técnico em Administração quando já estava em Teutônia e um MBA de gestão em neuroestratégias para tomada de decisões. Não tenho formação acadêmica nem uma profissão definida por diploma, mas esses cursos técnicos me ajudaram muito.
Wink: Renato, você sempre teve envolvimento com o associativismo. O que esse ambiente de entidades te agregou?
Scheffler: Em muitas situações isso me agregou. Desde quando comecei a participar disso, meus horizontes abriram. Você acaba tendo contatos, se relacionando com pessoas de outras empresas, em diferentes negócios. E começa a ter uma visão diferente da qual está acostumado. Sempre digo que é importante ter essa participação, e dentro da CIC Teutônia fazemos esse trabalho, de chamar o associado, para que se tenha aquele momento de troca de ideias, informações, buscar inovações. Com certeza isso ajuda a fazer uma gestão melhor.
Wink: Quando nasceu a empresa?
Scheffler: Eu tinha muito contato com o antigo sócio, pois ele era representante de uma empresa que fornecia produtos de higienização para a Languiru. Quando me afastei da cooperativa, em 2000, não surgiu de imediato uma outra oportunidade de trabalho e ele também não estava mais naquela atividade. Aí um dia ele me procurou e sugeriu de abrirmos uma empresa para produzir e fornecer esses itens de limpeza. Estranhei um pouco no início, mas encaramos. Ele já tinha uma carteira de clientes e fomos atrás deles. Temos a folha guardada até hoje, e muitos seguem conosco ainda.
Wink: E como foram os primeiros passos?
Scheffler: Nós iniciamos fazendo produtos em tonéis. Ninguém era químico, nem nada, mas o outro sócio tinha noção de como fazer. Aí fomos buscando formular isso. Depois de um certo tempo, a Gicele se somou a nós, cuidando da parte administrativa, enquanto eu fazia o operacional e ele, o comercial.
Gicele: Eu entrei uns 18 meses depois que a empresa surgiu, quando me mudei para Teutônia. Aos poucos, fomos desenvolvendo o negócio. A primeira licença que ganhamos foi como fábrica de sabão. E nosso primeiro local de atuação foi lá no ferro velho. Fechamos um espaço com portas de geladeiras e iniciamos o negócio. Eu preenchia notas fiscais à mão. Aos poucos, fomos crescendo e nos mudamos.
Wink: Qual a linha de produtos de vocês e para que servem?
Scheffler: Nossa parte inicial era a indústria de alimentos. Fazíamos detergente para limpeza das linhas industriais. Com o tempo, agregamos produtos da linha doméstica. Elaboramos diversos tipos de produtos conforme a necessidade do cliente.
Wink: O que ocorre na indústria se esse material não é bem feito?
Scheffler: É uma área em que eu trabalhei e tenho bom conhecimento. Tem que ter uma boa higienização, e isso requer pessoas qualificadas. Hoje, as empresas estão dando importância para isso. Lá na década de 1990, começo dos anos 2000, se fazia a limpeza por obrigação e não por convicção. Sem esse cuidado, podem ocorrer acidentes e danos aos equipamentos.
Wink: Qual o foco hoje em termos de linhas de produto?
Gicele: Continuamos voltados às indústrias de alimentos, que é algo que sempre vem forte dentro do país. E é importante dizer que estamos em todos os níveis de produção. No agro também se linka com a produção de alimentos, quando falamos do leite, na higienização de ordenhadeiras. E vai para supermercado também. Ou seja, pega toda a cadeia. Todo negócio precisa de higienização em alguma parte do processo. Vamos agregando novas possibilidades e temos acesso a muitos materiais e insumos.