Quem vê a Igreja Santa Manoela, com seus traços arquitetônicos portugueses, talvez não note, mas esse é um dos maiores patrimônios culturais do Vale do Taquari. Em seu interior, o templo de Paverama preserva o forro e paredes cobertas por pinturas religiosas datadas dos anos 20 – quase um século atrás.
Passada de geração a geração, a história da igreja é um tanto curiosa. A pedra fundamental foi lançada em março de 1912 por 17 moradores. Contam que apenas dois voluntários trabalharam na obra. Um homem que trouxe de carroça as pedras grês da pedreira por longos três quilômetros e outro que levantou as paredes.
A pintura artística interna foi feita em 1925 por João Inácio Rech, conhecido como Irmão Nilo. São trechos bíblicos, imagens de santos e figuras celestiais que completam a maior parte dos espaços da charmosa capela. A originalidade da pintura só é afetada por manchas brancas que tapam inscrições em alemão. Esse foi resultado de um decreto do governo federal que proibia expressões em língua estrangeira no ápice da 2ª Guerra Mundial, em 1942.
O próprio prédio se mantém idêntico ao que era no século passado. Únicas mudanças foram a troca do telhado e a automatização do sino.
O templo é administrado pelos poucos habitantes que restaram em Santa Manoela, comunidade localizada a cerca de seis quilômetros do centro de Paverama que já teve mais de 600 moradores no passado. Duas vezes ao mês, é usada para celebrações religiosas. Embora esteja fechada no restante do tempo, a comunidade é solicita e abre o espaço aos turistas sob agendamento.
Repost do leitor
A Imara Thalhermer captou com muito preciosismo o véu de prata que se forma na Gruta Nossa Senhora de Lourdes, em Doutor Ricardo. O altar instalado numa grande cavidade rochosa tem como pano de fundo uma cascata com mais de 60 metros.