Reunião vai debater impactos da construção de complexo turístico

ARROIO DO MEIO

Reunião vai debater impactos da construção de complexo turístico

Encontro na próxima terça-feira é organizado pelo grupo Conversando sobre Turismo. Investimento no Morro São José está estimado em R$ 50 milhões

Reunião vai debater impactos da construção de complexo turístico
Moradores mais antigos são contrários ao investimento. Há dois anos, cobram do governo municipal uma nova nomenclatura do morro. Crédito: Gabriel Santos
Arroio do Meio

O grupo Conversando sobre Turismo marcou para a próxima terça-feira, às 19h, uma reunião com empreendedores para debater o futuro da cidade diante do anúncio da construção do monumento e complexo turístico no Morro São José. O encontro ocorre na Casa do Museu e vai reunir representantes da iniciativa privada, do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Secretaria de Turismo e governo municipal.

A intenção é buscar esclarecimentos junto ao Executivo quanto ao impacto ambiental, saber dos investidores qual a intenção em explorar aquela área e possuir mais detalhes do decreto publicado em março de 2022, que reconhece áreas como o Morro São José e Gaúcho e imóveis como de interesse turístico.

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A empresária Liselena Berch Neumann é uma das integrantes do grupo criado em 2016, com objetivo de discutir alternativas de fomento ao setor turístico com a participação de representantes do poder público, empreendedores e comunidade. Foi em reuniões do Conversando sobre Turismo que foram criadas a Feira Gastronômica e os roteiros existentes, como o Caminhos da Forqueta e Vales e Arroios. “Depois do anúncio, houveram muitas manifestações na rede social. O tema repercutiu e surgiu a possibilidade de trazer o tema para a pauta dos nossos encontros mensais junto com o poder público e demais representantes”, explica.

Para o empresário e presidente do Comtur, Joner Frederico Kern, o Conversando sobre Turismo foi um grupo criado para deliberar pautas e temas relacionados ao turismo de Arroio do Meio. Na terça-feira, ele pretende acompanhar o encontro e afirma que o intuito é conversar junto com as entidades e suas representações os detalhes do empreendimento. “Acredito que a comunidade, moradores e empresários serão parceiros da obra, desde que haja esclarecimentos e clareza nos projetos”, destaca.

O complexo

O projeto apresentado na última semana, em coletiva de imprensa feita pelo prefeito Danilo José Bruxel, prevê um investimento de R$ 50 milhões por parte de um grupo de investidores, em uma área de 60 hectares no Morro São José. O complexo turístico denominado Parque Cultural Gaúcho terá um restaurante, hotel, praça de alimentação, roda gigante e um monumento.

Os empresários envolvidos aguardam a aprovação de licenças que foram protocoladas e serão analisadas no Departamento de Meio Ambiente e Secretaria de Planejamento. O local terá acesso pela ERS-130, próximo à Curva da Ventania. Para viabilizar o empreendimento, o município formalizou em março de 2022 um decreto que reconheceu áreas, trechos, imóveis públicos e privados de interesse turístico, o que permite a realização de consórcios investimentos privados nos locais.

Procurado pela reportagem o secretário da Administração, Aurio Paulo Scherer, que liderou as negociações entre governo e grupo de investidores, afirmou que é normal surgirem dúvidas em um empreendimento dessa envergadura. “É um jogo democrático e as pessoas têm o direito de serem contrárias e se manifestar como tem feito. O projeto está de pé”.

Nomenclatura do morro

Alguns moradores e empreendedores já instalados no Morro São José ainda levantam dúvidas quanto ao zoneamento da área e de futuras mudanças no plano diretor, que pode tornar uma área rural urbanizada.

Por outro lado, um grupo de moradores defende há mais de dois anos a nomenclatura de São José, para Morro da Ventania. “Eles chamam a área e as elevações de São José, enquanto nós moradores mais antigos conhecemos como Morro da Ventania. Isso está errado”.

O grupo reivindica a mudança em mapas municipais, instituídos com o novo plano diretor de 2020. De 2021, para cá foram encaminhados protocolos e abaixo assinado reivindicando a nova nomenclatura,mas desde então não houve retorno. “Os responsáveis por isso deixaram de lado a história do município e houve equívocos nas nomeações de novos limites das localidades”, afirma o líder da mobilização João Edson Aires.

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