Aniversário de Sério

Opinião

Raica Franz Weiss

Raica Franz Weiss

Aniversário de Sério

A Coluna Memórias trouxe a história de vários municípios ao longo da semana. Seis cidades completaram 31 anos de emancipação nesta segunda-feira, 20, entre elas, o município de Sério.

A data é inexata, mas a foto foi tirada em frente à Igreja Matriz São José, aparecem apenas as mulheres da então Vila de Sério e dois padres. Arquivo Municipal de Sério/Divulgação

Os primeiros registros da localidade datam de 1890. Em Lajeado, as autoridades da época mantinham dados sobre os moradores e seus negócios na primitiva comunidade de Sério. No final do século XIX, Arroio Alegre tinha moinhos e empreendimentos ligados a André Neuhaus, Eduardo Brackmann, Martin Hanauer, Estevão Bergmann e Jacob Rippel.

Uma pesquisa realizada por Ilse Mattei aponta que três correntes migratórias deram início à formação de Sério. Parte dos imigrantes veio pelo Arroio Forquetinha, seguindo pelo Arroio Irerê. Outra seguiu para a localidade que é, hoje, Nova Paris. Outros colonos se fixaram às margens do Arroio Alegre.

Conforme a pesquisa, o primeiro núcleo organizado de Sério foi o da localidade de Sete de Setembro, que atraiu inclusive colonos de Lajeado e Forquetinha.

Já onde, hoje, é a área central da cidade, a primeira família a fixar moradia teria sido a de Philippo Dahmer, nas proximidades da atual rua Sete de Setembro. Os descendentes de italianos começaram a chegar em Sério por volta de 1910. Vieram de Garibaldi as primeiras famílias Serafini e Gusson.

Muitos anos mais tarde, a estrutura administrativa precária, as dificuldades de acesso e os poucos incentivos aos agricultores motivaram a busca pela autonomia política da cidade. No plebiscito realizado em 10 de novembro de 1991, 89,77% dos 1,3 mil eleitores votaram pela emancipação. O reconhecimento oficial chegou em 20 de março de 1992.

Um nome peculiar

A origem da denominação tem versões distintas. Uma conta sobre Antonio Franciosi, na época, dono de várias terras na localidade. Seus pais eram imigrantes vindos do norte da Itália, onde existia o Rio Serio. Por causa disso, a família de Antonio era caracterizada como “pessoal do Serio”, originando o nome da localidade. A outra versão também teria ligação com a família Franciosi. Muitos colonos, ao se referirem a Sérgio Franciosi, parente de Antonio, tinham dificuldade com a pronúncia da letra “g” e em vez de Sérgio, pronunciavam Sério.

Arquivo Municipal de Sério/Divulgação


27 anos da Cidade do Sapato-de-Pau

O dia 24 de março também foi marcado pela emancipação de um município do Vale do Taquari, mas no ano de 1996.
Os primeiros imigrantes chegaram ao território que é, hoje, Westfália em 1868. Trouxeram consigo a tradição do sapato-de-pau e o dialeto alemão do Plattdüütsk. Conforme conta o pesquisador Lucildo Ahlert, em seu Dicionário da Língua Westfaliano Brasileira, primeiro surgiram as picadas Frank e Schmidt, seguidas pelas picadas Clara e Welp.

Grande parte das famílias que emigraram da Alemanha e vieram ao município saíram da região da Baixa Saxônica e da Renânia do Norte, chamada de Westfalen. É em razão do grande número de imigrantes dessa parte que a cidade recebeu esse nome.

A primeira comunidade escolar do município foi fundada em 1872, na Linha Frank. Essa mesma localidade também formou a comunidade religiosa mais antiga de Westfália, fundada em janeiro de 1874.

Nos registros, consta que o ex-presidente do Brasil, Ernesto Geisel, foi batizado na Linha Frank. A comunidade também é a origem do coral mais antigo do interior do RS, a Sociedade de Cantores Aliança, que reunia moradores para cantar desde a década de 1870.

Homenagens

Cada localidade foi nomeada em homenagem a imigrantes pioneiros, cidades ou autoridades alemãs. Daniel e Jacob Frank deram nome à Linha Frank, Cristian e Peter Schmidt à Linha Schmidt e os irmãos Horst à Picada Horst. As Picadas Molke e Bismark fazem referência a pessoas do alto comando alemão. Linha Berlim destaca a capital do país.

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