“A linguagem neutra é uma pseudoinclusão”, afirma a escritora, palestrante e especialista em formação de professores, Priscila Boy. Conforme ela, ao incluir o pronome neutro, exclui-se outras pessoas, como surdos e mudos. A fala foi feita em entrevista à Rádio A Hora 102.9, nesta quarta-feira, 15, sobre a utilização da linguagem neutra nas escolas, assunto que ganhou as redes sociais na região na última semana.
Ela enfatiza que esta linguagem exclui crianças deficientes, “com a pseudoinclusão de um grupo que não existe.” E exemplifica: “Como vou mostrar para o cego, no braille todex. É homem ou mulher? Ele nunca vai entender o texto. Para o surdo, como vou colocar em libras um gênero neutro. Aos meninos com dislexia, como vão entender a escrita.” Indaga e continua: “Não podemos confundir as crianças com uma linguagem que não existe.”
Os pronomes neutros são maneiras inclusivas de tratar pessoas que não se sentem pertencentes exclusivamente nem ao gênero masculino, nem ao feminino. Esses indivíduos são chamados de não-binários. Os pronomes neutros mais comuns são “elu” e “ile”, que substituem os pronomes “ele” e “ela”. No plural: “elus” e “iles”.
Para Priscila, a linguagem foi construída para pessoas que não existem. “Estou falando do ponto de vista da ciência. Eu sou uma educadora. Não vou falar de coisas que a ciência não corrobora. Ou a pessoas nasce com o sexo feminino ou masculino. Isso é consenso. Todo mundo entende que as pessoas nascem com o sexo determinado biologicamente.”
Ela pontua que os gêneros não-binários fazem parte do campo das ideias. “Não é um campo linguístico, nem científico. A escola não pode trabalhar com ideias.”
Assista a entrevista na íntegra