A apreensão quanto ao momento da Languiru chega aos gabinetes dos prefeitos. Em reunião na manhã de ontem, o G7 e a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) decidiram agendar um encontro com líderes da cooperativa para esta sexta-feira.
Os gestores de Westfália, Estrela, Poço das Antas e Teutônia pretendem convidar a presidência da instituição, além dos conselhos Fiscal e de Administração. Uma tentativa de agenda com os dirigentes ocorreu na semana passada. O encontro foi desmarcado.
Neste novo pedido, a ideia é conhecer de fato os números sobre a situação financeira. “Vemos esse momento como uma oportunidade. Para levarmos transparência com relação aos números e ações dentro da cooperativa”, antecipa o presidente da Amvat e prefeito de Estrela, Elmar Schneider.
De acordo com ele, a busca por esse contato oficial com diversos organismos dentro da cooperativa também tem o caráter de entender as responsabilidades de cada um deles diante do cenário preocupante.
“Não podemos ficar de braços cruzados. Ouvimos muitas informações sobre esse assunto e temos de ter certezas”, reforça.
A prefeita de Poço das Antas, Vânia Brackmann, frisa esse interesse dos gestores públicos em ter acesso a dados sobre a gestão da cooperativa. “Percebemos uma queda na produção no frigorífico e há uma preocupação muito grande na nossa cidade.”
Os prefeitos decidiram que a agenda com integrantes da cooperativa ficará a cargo do Executivo de Teutônia. A reportagem procurou o gestor, Celso Forneck. A resposta da assessoria foi que ele está de férias. Ainda assim, ele participou da reunião e recusou conversar com a imprensa. Por meio da equipe, disse que poderia conceder uma entrevista hoje.
“É a nossa maior empresa”
Prefeito de Westfália, Joacir Dossena, realça a importância da cooperativa para o município. “É a nossa maior empresa. Gera centenas de empregos e também leva riqueza ao campo. Temos muitos associados e o que percebemos é que existe um sentimento de muita apreensão.”
O PIB per capita de Westfália está entre os maiores do país, conforme o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística, supera os R$ 66,6 mil por ano. “Muito disso é por causa da Languiru. Neste momento de crise, precisamos ter informações da cooperativa para sabermos como poderemos ajudar.” Os impactos em caso de suspensão de alguma atividade atingiriam tanto a economia quanto a renda das famílias e a geração de empregos no município, afirma o prefeito. “Nossa relação com a cooperativa é como uma família, será muito grave se essa crise chegar aos associados.”
De acordo com Dossena, muitos agricultores investiram nas propriedades, buscaram financiamentos, e dependem da produção da Languiru para honrar os compromissos. “Caso essas dificuldades se agravem, teremos consequências que nem imaginamos.”