É imperioso separar torcida e carinho da triste realidade da Languiru e do ofício jornalístico de dar luz aos fatos, por mais duros e perplexos que podem parecer. Do presidente Dirceu Bayer, está faltando humildade e reconhecer que deve passar o bastão.
Foi triste escrever e publicar a reportagem sobre a derrocada da Cooperativa Languiru no jornal dessa sexta-feira. Daquelas matérias e posicionamentos que ninguém gosta de produzir, muito menos externar. Ainda assim, tem momentos que o dever e o ofício da profissão nos embretam. Fatos são sempre fatos, doam a quem doer.
Leia mais em Languiru à beira do colapso
Proteger as organizações locais – até o limite que a sanidade e a ética permitem – e evitar que se debilitem à toa é um dos preceitos que acompanha o jornalismo no Grupo A Hora. A práxis jornalística, especialmente após a era digital e a marginalização do que se chama de comunicação, nos exige muita responsabilidade, ao lado de uma grande dose de ousadia e coragem.
Responsabilidade para não entrar no “oba-oba” do jogo de torcida e na liquidez das redes sociais. Ousadia e coragem para produzir reportagens e conteúdos exclusivos e relevantes à sociedade regional, independentemente do seu teor.
O caso Languiru é o exemplo. Seguramos até onde foi possível segurar, sempre na crença de que uma solução caseira poderia emergir de dentro da cooperativa. Diante dos recorrentes fatos duvidosos, desavenças, culminados com os documentos vazados nos últimos dias, somados às centenas de queixas dos fornecedores, ao medo dos produtos e a dívida bilionária, erguia-se a publicação da reportagem dessa sexta.
A comunidade regional reagiu perplexa com os números e a gravidade do cenário. Despertou, na grande maioria, para a necessidade de uma intervenção na Languiru, a partir de um movimento do conselho administrativo e dos associados.
Este é um dos grandes papéis do jornalismo profissional. Dar luz aos fatos, evitar que problemas crônicos sejam empurrados para debaixo do tapete e dotar a sociedade de consciência daquilo que está sob uma mancha de nuvens escuras. Foi o que o Jornal A Hora fez na sexta-feira e continua hoje, amanhã e pelas próximas semanas.
Salvar a Languiru é um papel de todos.
Por que o presidente não explica?
A direção da Cooperativa Languiru encaminhou nota acerca da reportagem publicada pelo Jornal A Hora dessa sexta-feira (leia na íntegra a nota neste link). Ela insiste em negar o tamanho da dívida e ataca a imprensa de criar factóides. Triste e lamentável. Dirceu Bayer (foto) sabe – ou ao menos deveria saber – que o tempo se encarregará em breve de esclarecer o que neste momento ele insiste em abafar. Senão, vejamos:
– Qual é o tamanho da dívida com fornecedores dos mercados e plantas fabris? Quantos meses estão atrasados?
– Qual é o tamanho da dívida com transportadores? Qual é o risco de suspensão dos serviços por parte dos transportadores?
– Porque não foi esclarecida a saída dos principais executivos – Euclides Andrade e Fabiano Leonhardt?
– Qual é o tamanho das dívidas contraídas pelos produtores em financiamentos bancários, onde está alienado patrimônio dos associados? Aliás, a maior preocupação de todas está aqui.
– Como está o estoque de produtos para os mercados e os integrados? Há risco de desabastecimento?
– Por que o presidente Dirceu Bayer não concede mais entrevista ao Grupo A Hora?
– E se os bancos não aceitarem a renegociação da dívida e nem concederem novos créditos, como fica a operação Languiru?
Valeu, Carmem Regina
A repentina morte da ex-prefeita Carmem Regina Cardoso, essa semana, provocou comoção para além das margens do rio Taquari. Políticos, empresários, líderes classistas e comunidade em geral reconheceram em Carmem uma mulher de fibra, de decisões rápidas e de uma autenticidade singular. De um pioneirismo que passa a ser eternizado a partir dos depoimentos e manifestações que chegaram de todo lado.
A biografia de Carmem serve de bússola para quem pretende fazer da vida pública uma passagem exitosa, honrosa e respeitosa. Longe de ser perfeita – afinal, ninguém o é – Carmem foi e continua sendo inspiração para muitas mulheres que hoje atuam no mundo político. Uma mulher à frente do seu tempo, que encarou sem pestanejar o machismo impetrado na política na década de 90, conquistou espaço e assumiu protagonismo num ambiente dominado por homens. Um legado para muitas gerações e principalmente, para quem acredita na política séria e autêntica.
Projeto eleições 2024
Na política, o tempo se encarrega de fazer grandes revelações. Se me lembro da campanha eleitoral de 2020, com os sete candidatos em Estrela, vejo Felipe Diehl – que apoiava Diego de Castro – disparando fogo contra Elmar Schneider. Pouco mais de dois anos depois, Diehl é anunciado Secretário da Fazenda no governo de Schneider, onde a solenidade de posse
Para quem duvida que a campanha eleitoral de 2024 ainda não começou, é bom ficar atento aos movimentos que ocorrem pelas cidades. Estrela que o diga.
Consenso?
A ida de Felipe Diehl à Secretaria da Fazenda em Estrela tem viés puramente político. O discurso do deputado federal Giovane Cherini, que esteve na solenidade, não deixa dúvida: “Não tenho dúvidas que a eleição em Estrela em 2024 será de consenso”. Não é de hoje que Schneider constrói um grande acordão na política local, a exemplo do que fizera Rafael Mallmann no seu primeiro mandato e foi reeleito prefeito com ampla vantagem.
E digo mais, em se tratando de Estrela, é bom nem duvidar muito sobre esse possível consenso. Dos sete adversários de Schneider em 2020, pelo menos três já estão em seu governo.
Mês de novidades
A rádio A Hora completa, no próximo dia 24 de março, três anos de atuação. Para coroar o aniversário da 102.9, o Grupo A Hora prepara novidades em termos de produtos. Serão pelos menos três lançamentos dentro deste mês, que fortalecem e ampliam a atuação da emissora e dos demais canais do grupo na comunicação regional.
