Conheci Carmen Regina Cardoso quando ela foi reeleita vereadora, em 1992, na época em que eu começava minha carreira no jornalismo. E desde então, acompanhei de perto sua trajetória. Nas sessões da câmara, a estratégia dos colegas vereadores, especialmente os do MDB, era tentar desestabilizá-la. Quando provocada, ela discutia pra valer. Era ferrenha defensora de seus argumentos e não se intimidava com discursos afrontosos. Tinha embates ferrenhos com Flávio Ferri (MDB) em quase todas as sessões. Fora do plenário, eram amigos. Assim era “Carminha”, como a chamava o saudoso vereador “Banha”, colega de partido, com temperamento e posicionamentos fortes na câmara e na prefeitura, e um coração enorme para ajudar a todos. Não sei se ela teve de fato algum inimigo político. Quando chegou à prefeitura e por lá ficou durante oito anos, Carmem se cercou de bons nomes para a equipe de secretários. Fez um bom governo, deixou realizações até hoje lembradas pela comunidade. Tem sua trajetória registrada na história de Lajeado.
Banho, bolacha, café e banho de rio
Quando concorreu a prefeitura pela primeira vez em 2004, Carmem Regina enfrentou Enio Bacci, que era deputado federal, político experiente e que liderava as pesquisas. No debate realizado na rádio Independente, e que eu tive a oportunidade de mediar, lembro que Carmem chegou nervosa (normal para este momento até mesmo para os mais experientes na política) e cheia de pastas com documentos e anotações. Na abertura do programa, Carmem derrubou um copo de água sobre a mesa, molhando todos os papéis e este colunista. Muitos episódios me fazem lembrar de Carmem Regina com muita alegria. Em uma ocasião, estive em seu apartamento, bem no centro da cidade, para falar de uma pauta jornalística e fui recebido com café e bolo feitos por ela. Era uma tarde fria e a conversa rendeu muitas histórias.No camping do Germano, em Marques de Souza, a ex-prefeita tinha uma casa para passar as fé rias. E foi lá que fizemos churrasco num domingo e, após, banho no Forqueta junto com amigos e conhecidos. Lembro com carinho desses momentos. Assim como vou lembrar da sua maquiagem e de seu cabelo sempre bem cuidado, do abrigo roxo que era tradicional, dos encontros em compras de supermercados e a última vez que tive contato pessoal nos ambiente do Grupo A Hora, quando ela apareceu para uma entrevista no dia errado e eu fiquei “fazendo sala” e conversando sobre tudo. Dona Carmem deixará saudades. Meus sentimentos à família e aos lajeadenses enlutados.
Com todos
Ao empossar Felipe Diehl e Renata Cherini como secretários, o prefeito Elmar Schneider agrega a seu governo praticamente todos os partidos políticos existentes em Estrela. Consolida assim uma grande aliança na cidade. Restam poucas peças de oposição. De forma inteligente, faz com que Estrela tenha olhar para resolver os problemas sem ranços políticos e constrói base para a eleição de 24.
Curtas
– A decisão do governo de aumentar os combustíveis, voltando a cobrar impostos, é ruim para todo mundo e afeta principalmente os mais pobres. Combustíveis mais caros farão a inflação ser retomada com força.
– Lula disse que não mudará ministro antes dos 100 dias de governo. Mas, deve ter anotado o nome de Juscelino Filho (Comunicações), indicado pelo senador Davi Alcolumbre (Rede-AP). O homem se complicou em sua declaração de bens à justiça elei- toral. Esqueceu que havia comprado alguns milhões em bois.
– Será que a família Bolsonaro vai ganhar mais dinheiro vendendo produtos na internet do que ganha na política?