O prefeito de Imigrante, Germano Stevens, tem sido alvo de duras críticas a partir da divulgação de imagens sobre a obra da ciclovia intermunicipal (Estrela, Colinas, Imigrante).
Aqui não temos qualquer procuração para sair em defesa do prefeito A ou B. Ainda assim, ergue-se um olhar mais aprofundado sobre o que está sendo feito na cidade de Imigrante para não atirar pedras em vão e desfazer um projeto inovador e promissor.
Primeiro: desconheço, no Vale do Taquari, prefeito que tenha tido a ousadia de implantar uma ciclovia no centro da cidade e eliminado estacionamento em pelo menos 10 quadras na principal via do município. Ainda mais, em uma cidade desse porte. O atual governo “comprou uma briga” direta com lojistas e parcela da comunidade ao implantar uma ciclovia de dois metros de largura na avenida mais movimentada que tem.
Ainda bem que as críticas, aos poucos, dão lugar às bicicletas que passam a entrar na rotina de cidadãos locais, antes avessos a pedalar. Numa terra de costumes paroquianos, onde o revés político é imediato diante de uma medida impopular, o prefeito Stevens merece aplausos por criar um novo cartão-postal para a cidade e mostra uma coragem acima da média, uma vez que grande parte dos gestores pretere tais ações diante do impacto político decorrente.
Segundo – a outra questão é a ciclovia fora da área central. Imigrante está adiantado com o projeto e não demorará muito para concluir os 11 quilômetros de ciclovia às margens da ERS-129. Ciclistas foram às redes sociais criticar o modelo de construção e cobram ciclovia de 3 metros de largura, encostada à rodovia e sem desnível. O prefeito Stevens reconheceu, nessa sexta-feira, em entrevista ao programa Frente e Verso da Rádio A Hora 102.9, que este seria o ideal. “Mas é inviável”, emendou. E faz sentido.
A ERS-129 tem quase 100 anos. É estreita, construída às margens de arroio e rio, ladeada por casas e por centenas de postes que sustentam a rede de energia elétrica. “Para fazer uma ciclovia de três metros encostada à pista de rolamento, eu deveria remover tudo isso e investir recursos que o município não dispõe. Imigrante não tem apenas a ciclovia como prioridade”, justificou.
O projeto em execução está ancorado no Contran e atende exigências legais. “A lei recomenda que, para cada mil ciclistas por dia, exista uma ciclovia com dois metros de largura. É o que fizemos, mas no nosso caso, o número de ciclistas é 50 por dia, e olhe lá”.
Outro dado importante da ciclovia de Imigrante: em mais de 90% do trajeto ela está bem afastada da rodovia. Em boa parte do trecho, haverá um jardim e árvores entre a ERS-129 e a ciclovia, dando um toque especial ao percurso e garantindo, sobremaneira, a segurança dos usuários. Nos poucos quilômetros que ela está rente à pista de rolamento, as margens são de arroio ou penhascos.
Enfim, o assunto é polêmico, já sabemos. Não tenho dúvida que o tempo se encarregará em desfazer boa parte das raivosas críticas contra a ciclovia em construção. Às vezes, é necessário olhar o copo meio cheio em vez de meio vazio.
Pelos corredores da câmara de vereadores de Lajeado, corre o assunto de aumentar o número de cadeiras no parlamento. Dos atuais 15 para 17. O tema ganha força – e não é a primeira vez – ao passo que o IBGE contabiliza quase 100 mil habitantes para Lajeado. Pela legislação, cidades acima de 80 mil até 120 habitantes podem ter 17 vereadores.
O problema não é aumentar o número de parlamentares em Lajeado. Pelo contrário, isso seria ótimo, pois representaria mais vozes à comunidade. O problema está no custo aos cofres públicos. Hoje, vereador em Lajeado custa a bagatela de aproximadamente R$ 20 mil mensais entre subsídios e assessores diretos, sem contar os demais servidores e custos fixos.
Desafio aos vereadores de Lajeado
Lanço um desafio: Lajeado aumenta número de vereadores para 17 sem aumentar o custo dos atuais 15. Que tal? Nesse caso, não haveria contestação e a sociedade ganharia duas novas vozes no parlamento. Se cada vereador, que hoje tem dois, abrir mão de um assessor, a conta já fecha e ainda dá economia.
Tipo exportação
Colegas do Jornal A Hora vêm num esforço permanente para brindar leitores com reportagens especiais e abordagens singulares. A edição deste fim de semana é mais um exemplo.
O Caderno Documento – daquele tipo jornalismo raíz – mostra o quanto empresários do Vale do Taquari disseminam investimentos nos litorais gaúcho e catarinense, com destaque para o segmento da Construção Civil. Aliás, não é de hoje que nossas empresas ganham mercados estado e país afora.