Como vários outros assuntos, o carnaval não é unanimidade. Alguns amam, outros odeiam e têm os indiferentes. Confesso que já fui muito fã de carnaval na adolescência, em especial dos desfiles das escolas de samba e dos bailinhos à tarde, quando dançávamos aquelas marchinhas clássicas em volta de um salão. Na vida adulta, fui me afastando cada vez mais dos festejos.
Em 2023, ao ouvir falar em carnaval, ao contrário da indiferença de outros anos, me deu uma grande sensação de alívio e de alegria. Por quê? Minha mente voltou a um passado recente: o auge da pandemia do coronavírus. Devido à Covid-19, o Carnaval no Rio de Janeiro, por exemplo, foi suspenso em 2021 e transferido para abril de 2022.
Em outros locais, nem aconteceu. Naquela época, até pessoas esperançosas como eu pensavam que nunca mais conseguiríamos aglomerar. Tenho certeza de que muitos de vocês também tinham medo de que a nossa vida não voltasse mais ao normal.
Então, graças à Ciência, às vacinas, aos profissionais da saúde e aos governantes que levaram a sério o grave problema mundial, o carnaval vai acontecer de novo como uma verdadeira festa popular. Isso é maravilhoso e temos que ter para sempre na memória o que nos salvou e nos possibilitou viver, novamente, a alegria dos encontros presenciais com outras pessoas.
Há quem diga que o Brasil só começará depois do carnaval. Vocês também acham? Eu não. Oras, parte da população não tirou férias, muitas escolas e universidades já iniciaram suas atividades, as pessoas estão tocando suas rotinas de trabalho, seus afazeres, a roda da vida continuou girando.
Aliás, essa roda quase travou no dia 8 de janeiro quando a nossa democracia sofreu um forte atentado. Já pensaram que triste seria este tempo de carnaval se o golpe de Estado tivesse se efetivado? Ainda bem que as instituições evitaram o pior e os golpistas, assim como os negacionistas da pandemia, não conseguiram nos atirar nas trevas.
E que tristeza foi o outro baque que tivemos com a revelação da tragédia humanitária dos Yanomamis, que ainda está sendo enfrentada. Portanto, o ano começou em janeiro sim, com força total e com muitas emoções. Minha esperança é a de que, passada a turbulência inicial, o país possa seguir em paz.
Se gosto de carnaval? Gosto é da sensação de felicidade de saber que ele pode acontecer outra vez. Desde que tenhamos responsabilidade, aproveitemos do jeito que a gente quiser este período!
Um grande viva ao carnaval e à vida!
