Acho importante disseminar informações sobre movimentos artísticos que temos com força em nosso estado e, que, mesmo relevantes, nem sempre circulam em conhecimento até todas as pontas.
Sempre ouvi falar sobre os festivais de artes cênicas do RS, inclusive participei de um deles aos 10 anos quando fui agraciada com o meu primeiro troféu, como atriz destaque, vivendo um engraxate, com direção da minha conterrânea talentosa Laura Peixoto.
Há dois anos fui convidada a assumir a direção do Instituto Estadual de Artes Cênicas, equipamento cultural da Secretaria de Estado da Cultura, e desde então, me debrucei sobre um trabalho de pesquisa constante e atenção às demandas e às necessidades da classe. Dentro de um diagnóstico inicial, de imediato surgiu a urgência de suporte, fomento, e impulso, direcionado aos festivais.
Demanda antiga esta, uma vez que, em geral, o histórico dos festivais é de muita luta, pouca verba, e retornos e resultados de muita interação, troca de informações e conhecimento, geração de trabalho para a classe artística, e amplo saldo para o município e região. Pois, em pandemia, esse cenário de dificuldade se intensificou e nós entendemos (com o apoio e a aposta da Secretária Bia Araújo), a importância de uma ação imediata e destinada especialmente a este setor.
Pois bem, desenvolvemos o Circuito Formativo para Festivais de Artes Cênicas, no qual contratamos 20 festivais de artes cênicas do RS – distribuídos entre as regiões funcionais do estado – para entregarem oficinas diversas dentro deste amplo segmento, como contrapartida aos R$ 10.000,00 investidos em cada um. O resultado foi robusto como um todo, o estado recebeu quase 100 oficinas de artes cênicas – entre modo presencial e virtual.
Mas o que me traz a compartilhar essa pauta aqui, é o desdobramento que este projeto teve. A partir deste mapeamento inicial feito sobre os festivais, e do contato e relacionamento que o instituto estreitou com os municípios criadores destes eventos, passa- se a desenvolver uma pesquisa de mapeamento de festivais de artes cênicas no estado como um todo.
Este, pretende aproximar suas classes envolvidas, fornecendo o fortalecimento de vínculos e parcerias de forma a ampliar o alcance e a interação dessas atividades, mobilizando a classe artística em torno de iniciativas de cooperação e multiplicação de recursos e esforços para o fortalecimento dos festivais de artes cênicas, e, consequentemente, da cena artística gaúcha.
Por fim, compartilho o convite a pensar essa pauta como algo que possa ser do interesse dos municípios de modo geral, pensando através da economia criativa da sua comunidade, do impacto que um festival tem na vida dos- também- ‘não artistas’; na vida das crianças, dos idosos, dos restaurantes, da política da cidade; e, claro, dos artistas, que têm a necessidade e o direito de exercer o seu ofício. O documento já está disponível no nosso link da bio do Instagram (@ieacenrs) e pode ser consultado a qualquer momento.