Como virar torcedor de um clube do  País de Gales

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

Como virar torcedor de um clube do País de Gales

Faz tempo que o futebol deixou de ser apenas um esporte. Acompanhar somente as partidas no estádio ou na televisão já não é o suficiente. Cada vez mais o torcedor quer se inteirar de tudo que acontece no clube. Contas no Instagram, Twitter e canais no Youtube são praticamente obrigatórios para qualquer equipe que queira alcançar um bom engajamento de sua torcida. Um novo fenômeno também surgiu nos últimos anos e muito me agrada: as séries sobre futebol. Nesta esteira, o novo fenômeno é “Bem-Vindos ao Wrexham”, disponível no Star+.

Imagine só. Dois atores, um de cinema e outro de televisão. Um canadense e outro americano. Decidem comprar um clube de futebol. No País de Gales. E assim inicia a série. Rob McElhenney e Ryan Reynolds, o Deadpool, compram o Wrexham, time galês que atualmente está na quinta divisão do futebol do Reino Unido. Detalhe: a equipe é uma das mais antigas do mundo e o estádio, The Racecourse Ground, é o mais antigo ainda em atividade no futebol.

Conforme vai se desenvolvendo, “Bem-Vindos ao Wrexham” fica cada vez melhor. É possível ver e sentir o quanto o clube representa para a cidade de pouco mais de 60 mil habitantes. Não há quem não se importe. Inclusive os dois compradores, que de início geram dúvidas e questionamentos na torcida. Mais do que mostrar apenas os momentos positivos, são mostradas também as dificuldades em lidar com um clube de futebol que chegou à beira da falência.

As revoluções e ideias começam a ser apresentadas logo nos primeiros capítulos, e o Wrexham claramente começa a ter uma guinada. O caminho é extremamente árduo, pois o time está na primeira divisão fora das quatro principais e profissionais do futebol inglês. Mas é impossível assistir aos episódios e não se apaixonar. Eu já segui o clube nas redes sociais e estou procurando camisa do Wrexham para comprar. Posso dizer que sou um pouco torcedor do clube galês.

Voltando ao início, só consigo pensar em como o Brasil ainda não despertou para este tipo de conteúdo. Os clubes trabalham bem as redes sociais, produzem conteúdos para engajar o público, mas ainda faltam séries e filmes documentais, que coloquem o torcedor dentro do dia a dia real da equipe, e não somente dos momentos que interessam ao clube serem mostrados.


Torcedor alviazul, assista à série

“Bem-Vindos ao Wrexham” pode ser assistida por qualquer pessoa do mundo, apaixonada ou não pelo futebol. No entanto, conforme fui olhando os episódios, não consegui tirar o Lajeadense da cabeça. É aí que está um dos trunfos deste esporte. Seja em Lajeado ou no País de Gales, mudam os personagens e um pouco dos contextos, mas as dificuldades em fazer futebol seguem as mesmas. A série do Wrexham podia muito bem ser feita na Arena Alviazul. Quem sabe um dia o mundo não assista ao “ Bem-Vindos ao Lajeadense”.

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