Sexo sem amor é jiu-jitsu

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

Sexo sem amor é jiu-jitsu

Encontrar o outro pedaço da laranja – o amor da vida. Ter uma parceria para todas as horas, boas e ruins. Uma missão cada vez mais difícil, ainda mais nestes tempos de relações líquidas, da existência dessa agenda carnal por aplicativo, em que o “test drive” começa pela cama e raramente vai para a sala, para a cozinha ou à rua – naquela cena clássica de dois apaixonados de mãos dadas, onde mostram à sociedade que existe algo sério ali.

Foi na escola para conselheiros amorosos que o Mestre Tatu Bolinha descobriu como maturar um relacionamento. A primeira lição foi inesquecível: sexo sem amor é jiu-jitsu. O ícone mais desconhecido das artes marciais no país se tornou palestrante e ajuda até doze pessoas por encontro.

Além de conhecer sobre jiu-jitsu e outras lutas, Bolinha também é uma referência em terapia de casal. Inclusive vende combos. Caso não dê certo no amor, pelo menos em defesa pessoal você vai estar preparado. Na orientação amorosa, os participantes se descobrem e, por consequência, têm acesso às melhores ferramentas de como engatar um romance duradouro e verdadeiro.

A continuidade de uma vida a dois é muito mais desafiadora do que os encontros casuais. Chegar no endereço ou no motel é barbada. O difícil é o convívio. No cotidiano se descobre qual a essência daquele parceiro(a). Nos pontos em comum – dos valores individuais, daquilo o que cada um preza, princípios e aspirações – estão os indicativos de futuro daquela história.

Em cada começo de relacionamento, muitos e muitas cometem o erro de se mascarar. Não mostrar mesmo quem são e como são. Escondem os amigos (imagina se entre um encontro e outro a camaradagem começa a falar do que aconteceu em outros carnavais?). De fato, é comum alguém tentar vender uma imagem diferente, fazer um grande esforço em parecer ser outra pessoa.

Todos aqueles que cativamos, criam ligação conosco pelas nossas virtudes e também pelos nossos defeitos. Depois da formação que tive com o mestre, consegui uma namorada. Está comigo faz 20 anos. Sou um case de sucesso do método! Além de manter aquele clima de romance em tempo integral, de ser autêntico, também uso a ferramenta da expectativa. Ou melhor, da falta dela. Por exemplo:

– Tirou o lixo?

– Era para tirar? Bah, não sabia.

– Colocou a roupa a secar?

– Humm, pior que não.

Repetidas vezes. Talvez uma hora ela desiste e me aceita. Ou mesmo, escolhe romper comigo. Na pior das hipóteses, volto para o jiu-jitsu.


Seria cômico se não fosse trágico

Trapalhadas, tombos e deslizes costumam ser ferramenta de produção à comédia. Mas a bola fora do governo federal, na compra de mil chips de celular para serem usados na terra ianomâmi não sei como classificar. Vamos aos fatos:

O Ministério das Comunicações, sob tutela de Juscelino Filho, enviou os dispositivos para serem usados nas operações humanitárias em Roraima. Até aí, tudo bem. A c***da foi não ter sido visto antes que o local não tem cobertura de telefonia celular. Com isso, os chips não funcionam. Leitor, entende minha dúvida? Podemos rir ou chorar com essa peripécia?


Voltei leitores!

As férias terminaram mas a ironia segue firme e forte. Sim, esse escriba de pouca noção está de volta, com energias renovadas e muitas estórias por escrever. Salve o bom humor! Por uma vida com mais leveza. Quero agradecer a colega, Luciane Ferreira, que ocupou esse espaço durante quatro quintas-feiras. Agora a coluna retorna com sua programação anormal.

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