Uma “surpresa” de R$ 15 milhões

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Uma “surpresa” de R$ 15 milhões

Os anúncios de volumosos investimentos em pavimentação costumam gerar votos e admiração. Não por menos, muitos políticos deixam a transparência de lado e anunciam tais empreendimentos como verdadeiros presentes para a comunidade. E presente, todos sabem, não se paga.

No caso de algumas pavimentações realizadas em Lajeado por gestões anteriores, o presente é de grego e chegou e a conta ficou salgada para uma boa parcela dos contribuintes. O governo anuncia a cobrança de R$ 15 milhões em “contribuições de melhorias”. O valor é referente a diversas obras que, além de melhorarem a vida dos moradores, também valorizaram e muito os imóveis. Mas, e apesar dos benefícios, é compreensível a queixa de muitos moradores surpreendidos com o boleto.

Até o momento, ao menos 200 processos já foram judicializados pelos contribuintes. A maioria alega desconhecimento sobre as regras que envolvem essas pavimentações realizadas pelo poder público. Mais uma vez, é compreensível. Afinal, não são todos os agentes públicos que fazem questão de explicar, no momento do anúncio ou conclusão de determinada obra de pavimentação, que boa parte do investimento será custeado – a médio ou longo prazo – pelos próprios moradores.

Pelo contrário. Muitos agentes públicos fazem questão de deixar de lado a necessária explicação e, na maioria das vezes, repassam a dura missão de cobrar para os sucessores. Em Lajeado, há boletos que superam R$ 200 mil. E o atual prefeito não tem outra saída. Por lei, ele precisa cobrar.


A conta do vandalismo

A Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou na Justiça Federal do Distrito Federal com pedido de bloqueio de bens dos acusados de financiar o fretamento de ônibus para os atos que depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

A ação civil pública pede que os envolvidos sejam condenados a ressarcir em R$ 20,7 milhões o erário, e inclui no polo passivo 54 pessoas físicas, três empresas de transporte coletivo de pessoas, uma associação e um sindicato.

Entre os acusados, dois gaúchos. Um morador de Bento Gonçalves, e uma moradora de Caxias do Sul. Por sinal, duas cidades muito próximas ao Vale do Taquari.


Novos produtos na Univates

A Universidade do Vale do Taquari (Univates) agendou para 15 de março a divulgação dos novos produtos da entidade. Com uma estratégia cada vez mais focada para atender às demandas do mercado, a academia busca inovar para seguir crescendo em tamanho e também em relevância junto à comunidade em que atua.

Os movimentos tradicionais já não são suficientes para manter toda a engrenagem em funcionamento. É preciso oferecer novas soluções para o público e às empresas regionais. A Univates precisa, acima de tudo, realinhar e reforçar o próprio protagonismo em meio a tantas mudanças e diante do surgimento de novas ferramentas à disposição dos estudantes. Para isso, é claro, também será preciso apostar cada vez mais na profissionalização da gestão interna.


Suicídio e estudos

A Univates busca 500 voluntários residentes no Vale do Taquari para participarem de um estudo sobre suicídio. Podem participar pessoas que tenham entre 18 e 65 anos de idade, que residam em qualquer um dos municípios da região. O estudo é realizado em Lajeado, a partir do Laboratório de Pesquisa Translacional em Comportamento Suicida (Lapets), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (PPGCM). A investigação vai acompanhar 360 pessoas com tentativa de suicídio e outras 500 pessoas da comunidade. Em âmbito mundial, o estudo é coordenado pelo Instituto Karolinska, da Suécia, e pelo Centro Sueco para Pesquisa de Suicídio e Prevenção de Doenças Mentais.


Inovação e atraso

O Laboratório de Inovação Governamental e Social de Lajeado (Labilá) foi inaugurado de forma oficial no dia 16 de agosto. Na semana que vem, o espaço completa meio ano em funcionamento. Porém, os móveis comprados para mobiliar o espaço ainda não chegaram. É isso mesmo. Seis meses após a inauguração do local destinado a fomentar a inovação no município e o governo municipal ainda não pode abrir as portas para receber a comunidade e os demais interessados.

A empresa que venceu a licitação para mobiliar o Labilá é a mesma que atua na consolidação do Parque Ney Arruda. E, segundo informações extraoficiais, a prioridade é toda para a nova área de lazer às margens do Rio Taquari. O Labilá teria ficado para um segundo momento. Por sorte, as “inovações” não dependem necessariamente de uma estrutura física. Mas…


TIRO CURTO

• O governo de Teutônia iniciou em 2020 o projeto Arboriza Teutônia. Já foram plantadas mais de 100 mudas de árvores em todos os bairros da cidade, e a perspectiva é seguir com os plantios em 2023. Aliás, é um projeto que precisa ser copiado por todos os demais municípios do Vale do Taquari.

• A administração municipal de Encantado convocou a imprensa para uma coletiva na próxima quinta-feira. O café da manhã com os jornalistas servirá para o anúncio oficial das músicas classificadas para o 17º Canto da Lagoa, que ocorre entre março e abril. E a expectativa é grande.

• Em Taquari, o governo municipal anuncia a implantação de turno integral em três escolas da rede: a La Salle, no bairro Passo da Aldeia, e outras duas do interior, Álvaro Haubert, na localidade de Fazenda Pereira, e Pedro Pereira Machado, em Amoras. Mais de 270 alunos serão beneficiados com a medida.

• O site da câmara de vereadores de Estrela segue desatualizado. A última notícia foi publicada no dia 14 de dezembro, e tratava da modernização do próprio site do Legislativo. Também há defasagem no conteúdo que deveria ser publicado nos links da “Tribuna Livre”, “Expediente Recebido” e “Atas”. E o leitor está atento.

 

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