Inadimplência sobe e um a cada quatro CPFs tem restrição

EM LAJEADO

Inadimplência sobe e um a cada quatro CPFs tem restrição

Levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) indica acréscimo de meio ponto percentual no número de consumidores com dívidas vencidas. A maioria é homens na faixa etária de 30 a 34 anos

Inadimplência sobe e um a cada quatro CPFs tem restrição
Estudo da CDL de Lajeado no início do mês mostra elevação da inadimplência em 0,5%. Crédito: Arquivo
Lajeado

Com alta de 0,5%, a inadimplência no comércio local atinge 26%, o mesmo registrado no último trimestre de 2022. Ainda assim, o índice é inferior ao apurado no estado, onde alcança 29,4%. Conforme dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), dos 64,1 mil CPFs ativos em Lajeado, 16,6 mil estão com alguma restrição financeira. O levantamento mensal da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) também identificou o perfil das pessoas com dívidas vencidas.

Em Lajeado a maioria são homens (50,1%) na faixa etária dos 30 a 34 anos (17,7%) com renda de um a dois salários mínimos (40,2%). Enquanto no RS, a predominância fica entre mulheres (50,8%), de 25 a 29 anos (14,8%) e que recebem entre meio e um salário mínimo (40,5%).

De acordo com a economista Fernanda Sindelar, o aumento da inadimplência tem relação com a queda do poder de compra e elevada taxa de juros. “Embora a inflação tenha recuado, os rendimentos reais continuam menores em comparação a anos anteriores, já que os reajustes salariais não acompanharam a inflação real em muitos casos.”

Fernanda observa ainda que o período das festas de fim de ano seguidos dos tributos como IPVA, IPTU e despesas com férias podem comprometer o orçamento se não houver o devido planejamento. “Os trabalhadores costumam receber rendimentos maiores pelo adicional do 13°, contudo, se não houve educação financeira, facilmente podem ocorrer endividamentos.”

Sobre o perfil dos inadimplentes, a economista observa haver equilíbrio entre gênero, tanto em Lajeado quanto no RS, assim como na idade. Fernanda destaca que a maioria são pessoas jovens e com baixa renda. Segundo ela, diante de dados do custo de vida, em Porto Alegre, por exemplo, uma pessoa sozinha precisaria de mais de quatro salários mínimos.

Dívidas vencidas há mais de três anos

Conforme estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as famílias que recebem até três salários mínimos foram as que mais atrasaram as dívidas em janeiro (38,7%). Outro indicador revela que o número de consumidores de baixa renda endividadas reduziu 0,3%.

Já o percentual de consumidores reportando que não terão condições de pagar dívidas já atrasadas de meses anteriores aumentou em janeiro, em todos os grupos de renda, sendo também mais expressivo entre os consumidores com até três salários mínimos (17,4%). Tal fato revela que as famílias inadimplentes estão com dificuldade de pagar dívidas mais antigas (+3 anos).

Acompanhe
nossas
redes sociais