Temos o hábito de pensar e projetar nossa vida para o futuro, com pensamentos como: serei feliz quando me formar; quando trocar de carro; quando morar em uma cobertura; quando encontrar o par perfeito; quando tiver filhos, quando…
O futuro, como sabemos, é uma incógnita, mas reflete nossa vida de hoje aliada ao nosso passado, que não volta. Portanto, em tese, é algo desconhecido, pois sequer sabemos se o conheceremos. Talvez, por isso seja algo que tanto almejamos e sobre o qual criamos expectativas acima da média. Digo isso porque o ser humano, por natureza, está sempre insatisfeito, seja com sua vida, com seu trabalho, com sua família, com seu governo e com tudo o que o cerca.
A variável que surge é como potencializar uma situação futura e estabelecer as diretrizes para alcançarmos nossos objetivos. A operação necessária é a que decorre das contínuas mudanças: a qualificação profissional. A
globalização e os tempos modernos nos encaminham para essa necessidade, uma vez que, atualmente, há no mercado uma infinidade de oportunidades de trabalho, com vagas abertas há tempos; porém, sem profissionais qualificados para as preencher. Por outro lado, temos um número expressivo de desempregados, subempregados e outros tantos na informalidade.
Todas as atividades, sejam elas formais ou informais, exigem conhecimento e qualificação. Não há espaço para “mais ou menos”, mas sim a premente necessidade de disponibilizarmos “cabeças pensantes” e não simplesmente “mão de obra”. Claro que há espaço para esta, mas são vagas com poucas possibilidades de crescimento, enquanto as opções disponíveis para os postos de trabalho que precisam de qualificação crescem e continuam à espera de candidatos.
Então, nossos jovens, que insistem em dizer aos mais velhos que os tempos mudaram, precisam entender que tais mudanças ocorreram – e continuam ocorrendo – também no mercado de trabalho e não somente nas questões que lhes são adequadas. A mudança se aplica em todas as áreas, seja cultural, familiar, comportamental e, claro, de trabalho e, consequentemente, de qualificação. Havia tarefas extremamente valorizadas no passado, mas hoje pouco necessárias e, portanto, em fase de extinção.
O fato é que a tecnologia transformou o mundo: recentes estudos apontam que 25% das vagas ocupadas atualmente apresentam alto risco de serem substituídas por práticas mais produtivas e modernas tanto no segmento da indústria quanto no de transporte e, inclusive, na construção civil.
Então, os trabalhadores, além de qualificação, precisam desenvolver habilidades extras que lhes permitam acessar outros postos de trabalho, pois um conhecimento específico significa que o profissional é muito limitado e, assim, com vida útil sem continuidade.
Estamos na era digital, um tempo ao qual precisamos nos adaptar muito rapidamente, seja por meio da inovação, da busca por um diferencial competitivo ou, ainda, pelo desenvolvimento de habilidades específicas que nos permitam oferecer a um mercado extremamente competitivo, um serviço individual, identificado e específico, capaz de despertar demandas emergentes. Também é preciso qualificar nossa rede de relacionamentos, já que, atualmente, trata-se de uma conexão muito eficiente, capaz de proporcionar excelentes oportunidades no mercado de trabalho.
Por ora, precisamos atender as necessidades urgentes que se apresentam nos diversos segmentos industriais, comerciais e de serviços, como por exemplo as inúmeras vagas de TI não preenchidas ou a falta de profissionais de saúde nos recantos mais longínquos de nosso país ou, ainda, os profissionais em educação que já estão escassos. Então, mãos à obra: vagas de trabalho existem, mas precisamos qualificação para acessá-las.