O Estado Empreendedor: vale para o Brasil?

Opinião

Carlos Cyrne

Carlos Cyrne

Professor da Univates

Assuntos e temas do cotidiano

O Estado Empreendedor: vale para o Brasil?

Estou lendo um livro da autora Mariana Mazzucato de título “O valor de tudo” e lembrei de um outro, da mesma autora, e sobre o qual tratamos, eu e o prof Marlon Dalmoro em nossas em aulas do Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento da Univates.

O livro aborda a importância do papel do Estado na promoção da inovação e na criação de condições favoráveis para o desenvolvimento econômico. A autora argumenta que, ao contrário do que se pensa, o Estado desempenha um papel fundamental na criação de inovações importantes, através de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Além disso, o livro destaca a importância da apropriação pública dos resultados desses investimentos, evitando que as empresas privadas os apropriem e lucrem exclusivamente com eles.

A autora apresenta diversos exemplos de inovações importantes que foram financiadas pelo Estado, desde o desenvolvimento do GPS até a criação do primeiro smartphone. Em todos esses casos, o Estado teve um papel fundamental na criação dessas inovações, através de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Além disso, a autora destaca que, sem a apropriação pública desses resultados, as empresas privadas teriam lucrado exclusivamente com eles, sem contribuir para a sociedade como um todo.

Uma das principais críticas apresentadas pelo livro é a ideia de que o Estado é um entrave à inovação, e que sua presença limita a criatividade e a liberdade das empresas. A autora argumenta que, pelo contrário, o Estado é essencial para a promoção da inovação, pois sua capacidade de investir em pesquisa e desenvolvimento é muito maior do que a das empresas privadas.

Além disso, o Estado tem a capacidade de arcar com os riscos envolvidos em projetos inovadores, que muitas vezes não são viáveis para as empresas privadas. A autora argumenta que, se as empresas privadas forem as únicas a lucrar com esses investimentos, a sociedade como um todo não receberá os benefícios dessas inovações.

Além disso, o livro apresenta exemplos de empresas que lucraram exclusivamente com resultados de investimentos públicos, sem contribuir para a sociedade ou do desenvolvimento econômico. A leitura deste livro é recomendada para quem quiser compreender como a inovação pode ser uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento econômico de uma nação.

Bem, e o que o Brasil tem a ver com isso? É possível afirmar que estamos caminhando. De modo geral o apoio aos ecossistemas de inovação é composto por uma diversidade de instituições, programas de incentivo que visam fomentar e desenvolver a inovação e a criatividade no país. Entre elas estão o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Finep, entre outros, mas em especial as Universidades, públicas e não-públicas, que desenvolvem a maioria dos projetos de pesquisa que levarão às inovações, bem como tem atuado no estímulo às startups, por meio dos parques científicos e tecnológicos, incentivando a busca por soluções que promovam a inclusão social, a preservação ambiental e o crescimento econômico. É certo que muito há por fazer, mas sigamos.

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