Aprimorar o projeto de concessão das rodovias estaduais. Com esse objetivo, uma comitiva da região participa hoje, às 11h, de audiência em Porto Alegre com o novo secretário de Parcerias do RS, Pedro Capeluppi. Será a primeira agenda oficial com o Estado sobre o tema desde o adiamento do leilão do bloco 2, em agosto.
O encontro de hoje também marca a primeira atividade de Capeluppi – empossado ontem – no comando da secretaria. A audiência foi viabilizada pelo deputado estadual Sidnei Eckert (MDB), em seu último compromisso como parlamentar. Líderes regionais e do setor produtivo foram convidados.
Presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa afirma que o free flow – sistema de cobrança por quilômetro rodado – estará na pauta. “Entendemos que o projeto precisa passar pelo free flow. Se não, será difícil viabilizar as obras dentro do prazo que a gente espera”, pontua.
Com a regulamentação do free flow, Rosa argumenta que há mais clareza de o sistema que possa ser adotado, possibilidade antes remota. “Tarifas caras diminuem a competitividade da região. Não conseguimos chegar num consenso, e as obras oferecidas não atendiam a nossa demanda. Se não mudarmos algumas premissas, estaremos fadados a tarifas insustentáveis”.
Discussão antiga
Desde as primeiras reuniões com o Estado, a implantação do free flow é pleiteada por líderes locais, pois possibilitaria mais investimentos. O setor produtivo levará para a reunião um levantamento onde aponta que a nova tecnologia resultaria numa arrecadação maior e uma tarifa até 30% mais baixa aos veículos de passeio.
“Se for dividida em até quatro arcos, vai diluir o valor da tarifa e teríamos uma arrecadação de 30% a 40% maior. Aquela história de que o free flow vai demorar dez anos para virar realidade foi por terra. Já está acontecendo”, destaca o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Luciano Moresco.
Quanto aos pedágios, Moresco lembra que o free flow também trará mais agilidade a quem atua no transporte de cargas. “O caminhão que entra na fila perde um tempo precioso para pagar o pedágio. Queremos um transporte de cargas com tarifa mais adequada, pois um valor mais alto impacta muito no nosso setor produtivo”.
Olhar ao Vale
Rosa também ressalta que a rediscussão do plano de concessões do bloco 2 passa por obras que atendam aos anseios do Vale. Hoje, considera que a região de Passo Fundo é melhor contemplada. “O investimento robusto desse bloco não está aqui. É preciso que o Estado tenha sensibilidade de avaliar como um todo”, cita, ao enfatizar também a necessidade de inclusão da ERS-332 no pacote.
Intermediador da assembleia, Sidnei Eckert reforça que o Vale precisa “para ontem” da duplicação de rodovias importantes, como a ERS-130 e a RSC-453, sobretudo por sua importância econômica. “O Estado que arrecada os impostos de toda essa produção deixou de fazer sua parte na infraestrutura das estradas. A região é um corpo sadio, mas com suas artérias entupidas”.