Encontro retoma debate sobre plano de concessões

De volta à pauta

Encontro retoma debate sobre plano de concessões

Representantes de entidades e do setor produtivo participam de audiência com o novo secretário estadual de Parcerias, Pedro Capeluppi, empossado ontem. Comitiva reitera demanda por sistema “free flow”

Encontro retoma debate sobre plano de concessões
Região defende cobrança da tarifa por km rodado, diferente do modelo atual. Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari

Aprimorar o projeto de concessão das rodovias estaduais. Com esse objetivo, uma comitiva da região participa hoje, às 11h, de audiência em Porto Alegre com o novo secretário de Parcerias do RS, Pedro Capeluppi. Será a primeira agenda oficial com o Estado sobre o tema desde o adiamento do leilão do bloco 2, em agosto.

O encontro de hoje também marca a primeira atividade de Capeluppi – empossado ontem – no comando da secretaria. A audiência foi viabilizada pelo deputado estadual Sidnei Eckert (MDB), em seu último compromisso como parlamentar. Líderes regionais e do setor produtivo foram convidados.

Presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa afirma que o free flow – sistema de cobrança por quilômetro rodado – estará na pauta. “Entendemos que o projeto precisa passar pelo free flow. Se não, será difícil viabilizar as obras dentro do prazo que a gente espera”, pontua.

Com a regulamentação do free flow, Rosa argumenta que há mais clareza de o sistema que possa ser adotado, possibilidade antes remota. “Tarifas caras diminuem a competitividade da região. Não conseguimos chegar num consenso, e as obras oferecidas não atendiam a nossa demanda. Se não mudarmos algumas premissas, estaremos fadados a tarifas insustentáveis”.

Discussão antiga

Desde as primeiras reuniões com o Estado, a implantação do free flow é pleiteada por líderes locais, pois possibilitaria mais investimentos. O setor produtivo levará para a reunião um levantamento onde aponta que a nova tecnologia resultaria numa arrecadação maior e uma tarifa até 30% mais baixa aos veículos de passeio.

“Se for dividida em até quatro arcos, vai diluir o valor da tarifa e teríamos uma arrecadação de 30% a 40% maior. Aquela história de que o free flow vai demorar dez anos para virar realidade foi por terra. Já está acontecendo”, destaca o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Luciano Moresco.

Quanto aos pedágios, Moresco lembra que o free flow também trará mais agilidade a quem atua no transporte de cargas. “O caminhão que entra na fila perde um tempo precioso para pagar o pedágio. Queremos um transporte de cargas com tarifa mais adequada, pois um valor mais alto impacta muito no nosso setor produtivo”.

Olhar ao Vale

Rosa também ressalta que a rediscussão do plano de concessões do bloco 2 passa por obras que atendam aos anseios do Vale. Hoje, considera que a região de Passo Fundo é melhor contemplada. “O investimento robusto desse bloco não está aqui. É preciso que o Estado tenha sensibilidade de avaliar como um todo”, cita, ao enfatizar também a necessidade de inclusão da ERS-332 no pacote.

Intermediador da assembleia, Sidnei Eckert reforça que o Vale precisa “para ontem” da duplicação de rodovias importantes, como a ERS-130 e a RSC-453, sobretudo por sua importância econômica. “O Estado que arrecada os impostos de toda essa produção deixou de fazer sua parte na infraestrutura das estradas. A região é um corpo sadio, mas com suas artérias entupidas”.

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