Pelo que leio e ouço nos últimos dias parece que inverteu-se as expectativas para Internacional e Grêmio neste início de temporada. Vindo da Série B, campeonato que teve dificuldade, o Grêmio contratou dez jogadores e montou um bom time, chega animado e com esperança para 2023. Atual vice-campeão brasileiro, o Internacional não contratou em peso, e talvez nem precise. O sentimento é de frustração por parte da torcida, que não vê a base sólida construída por Mano Menezes.
Os dois times iniciam o ano com exigências muito diferentes. O Inter terá os meses de janeiro, fevereiro e março para ajustar o time antes da temporada começar para valer com a Copa Libertadores. Ao mesmo tempo, precisa acabar com a sina e vencer de uma vez por todas o Campeonato Gaúcho. O Colorado não levanta nenhuma taça desde 2016 e está há mais tempo sem títulos do que o Novo Hamburgo.
Mas diferente do que a maioria dos clubes, o Inter tem uma base muito forte e não precisa contratar de forma desesperada. São duas as principais carências: um primeiro volante e um centroavante. Se a direção achar estas duas peças até março, terá feito um bom mercado de transferências. O Inter tem tempo e o seu departamento de futebol sabe disso. Mesmo com reforços apenas para elenco, o time entra como favorito ao Gauchão.
Do outro lado o Grêmio chega a 2023 cercado de esperança. Vem de dois anos sofríveis e trabalhou fora dos gramados para superar a instabilidade. Trouxe bom reforços, com Suárez sendo a cereja do bolo, mas ainda precisará de tempo para ajustar o time. A estreia foi boa, mas foi apenas o primeiro jogo. Renato tem muitas opções, até mais que Mano, mas parte praticamente do zero na hora de montar o time. Algo quase inédito para ele. O primeiro Gre-Nal do ano ocorre na décima rodada, no início de março, até lá os times já devem estar prontos para medirem as suas reais forças. Por enquanto estamos opinando sem ver a bola rolar.
Novas (antigas) forças do futebol brasileiro
Estou animado e curioso para a temporada 2023 que recém iniciou. Depois de muito tempo o Campeonato Brasileiro terá todos os times considerados grandes na primeira divisão. Mais do que isso, boa parte deles com times interessantes.
O advento das SAF possibilitou que forças que estavam adormecidas acordassem. Botafogo, Cruzeiro, Vasco da Gama e Bahia têm novos donos e investidores e estão fazendo movimentos interessantes no mercado. Os dois primeiros partem em vantagem pois já entram no segundo ano de John Textor e Ronaldo. O Vasco da Gama teve boa parte do clube comprado pela 777 Partners e o Bahia faz parte do poderoso Grupo City.
Acho que ainda estão longe dos atuais papa-títulos Palmeiras e Flamengo, mas os movimentos aguçam a curiosidade sobre como será a temporada do futebol nacional.