A região enfrenta mais um período de estiagem. Até compreendo as teorias de que as secas são cíclicas. Mas também parece cada vez mais evidente a mudança no padrão climático. Não é de hoje o alerta de cientistas sobre os impactos da ação do homem no ambiente. Há algum tempo foi divulgado um estudo com projeções para os próximos 30 anos.
O resultado foi assustador e coloca a região noroeste gaúcha com características de deserto. Na época imaginava ser algo impossível e de cunho alarmista. Diante do cenário atual mudei minha percepção sobre o assunto. O tempo extremamente seco nessa que é uma das principais áreas produtoras de grãos do RS pode comprometer não somente a condição das famílias, mas impactar a economia gaúcha como um todo. Ao olhar para o Vale do Taquari, houve também uma queda significativa dos volumes de chuva nos últimos anos. A sequência de secas faz desaparecer vertentes e deixa arroios e rios com níveis muito baixos.
Ao analisar dados do acumulado de chuva em 2015, na região de Lajeado durante o ano a precipitação foi de 3,1 mil milímetros. Já em 2016 reduziu para 2,1 mil. Desde 2019, a média anual tem ficado abaixo de 1,5 mil milímetros. Embora especialistas indiquem serem volumes suficientes desde que distribuídos de forma adequada, falta investir na reserva e distribuição de água. Não podemos deixar somente nas mãos do poder público. Cada um precisa fazer a sua parte. Seja com a preservação de nascentes e fontes de água, ou o uso consciente dos recursos naturais.
Sete poços para a região
Ainda remanescente de programa anunciado no ano passado, sete municípios do Vale receberam recursos para perfuração de poços artesianos. Os contemplados são: Coqueiro Baixo, Marques de Souza, Muçum, Progresso, Relvado, Santa Clara do Sul e Tabaí. Cada um recebeu R$ 70 mil do Estado para as obras. A ajuda visa reduzir os impactos com a recorrência dos períodos de estiagem. Ao todo, no RS, serão 39 poços nesta etapa.
Sucos não convencionais
A agroindústria da família Frozza, em Putinga, aposta em sucos a partir de mirtilo, amora com maçã e uva branca com pitaya. Esses são alguns dos sabores oferecidos pelo empreendimento legalizado em 2019 com apoio da Emater/RS-Ascar.
Com uma produção média anual de 15 mil litros, se caracteriza por fugir do convencional quando o assunto é a oferta de bebidas integrais de frutas.
À frente do negócio está o enólogo Rafael Frozza. Ele tem a ajuda dos pais, do irmão e da namorada. Entre os desafios está a produção de suco a partir de produtos de alto valor agregado.
Otimismo ao mercado do frango
Apesar das incertezas econômicas relacionadas ao cenário nacional e recessão em grandes potências globais, as perspectivas na avicultura são positivas. As avaliações são de economistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Eles consideram que o consumo interno se mantém aquecido e em relação aos mercados internacionais há projeção de incremento de 8,5% nas exportações, que podem somar 5,2 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde para o setor.