O Jornal Nova Geração de Estrela é o semanário mais antigo do Vale do Taquari em circulação ininterrupta. Durante a década de 1960, a comunidade estrelense ansiava pelo ressurgimento do antigo jornal “O Paladino”, que circulou em Estrela de 1921 até a Segunda Guerra Mundial. Assim, em 13 de janeiro de 1966, um grupo de jovens deu início ao Nova Geração. A equipe começou com cinco voluntários: Adonis Fauth, os bancários Euds Pereira Furtado e João Batista de Queiroz, o engenheiro agrônomo Astor Hauschild e a professora Rosemarie Neururer.
Cinquenta anos atrás, um dos fundadores, Adonis Fauth, concedeu uma entrevista ao NG, contando sobre o início do jornal. Fauth relembrou do sucesso já na primeira edição, devido a uma campanha publicitária que a equipe organizou. Duas semanas antes do lançamento do NG, divulgaram por toda a cidade que uma novidade chegaria a Estrela. Assim, toda a comunidade ficou curiosa.
As primeiras cinquenta cópias do NG se propagaram rapidamente e a equipe teve que imprimir mais, na época, feitas com mimeógrafo.
“Aquele jornalzinho de balcão, produzido pela juventude, se transformou num jornal para todos lerem em casa. Fomos obrigados a fazer a segunda, terceira edição. Deu trabalho, mas foi um sucesso espetacular e inesquecível”, conta Adonis.
A primeira edição foi patrocinada por Helmuth Mallmann, conhecido como “Múti”, da Farmácia Buchmann. Mesmo sem uma edição sequer, Mallmann adiantou o pagamento. Fauth também lembra do primeiro editorial do NG. ”Fomos firmes em dizer que todos os assuntos seriam vistos pelo ângulo jovem. Nosso jornal era de jovens”. Nas páginas do NG desta sexta-feira, 13, o colega Marcelo Grisa contou um pouco mais da história do jornal. Vale a pena conferir.
A famigerada coluna “Bola Preta”
Uma coluna do NG que dava o que falar na comunidade era a “Bola Preta”. No espaço, o jornal criticava o comportamento de pessoas e entidades abertamente.
Conforme Adonis, a coluna era “a maior afronta da paróquia”. Em contrapartida, a “Bola Branca” destacava iniciativas positivas.
A edição do rebuliço
Fauth lembra que diversas edições causaram alvoroço. Uma das que mais marcou o então diretor do NG foi em maio de 1966, durante a Festa de Maio. Na ocasião, a equipe do jornal editou o semanário na noite do evento e, na coluna Bola Preta, fez várias críticas à organização da Festa. A repercussão foi grande. Em resposta, a entidade que sedia o mimeógrafo, utilizado para imprimir o jornal, revogou o uso. O NG só continuou a circular porque uma outra instituição cedeu o equipamento.