A produção de alimentos orgânicos permite um equilíbrio multifacetado da sustentabilidade, possui importância crescente na segurança alimentar e no ecossistema global devido a pequena dependência de insumos externos e ao incremento do valor agregado aos produtos, possibilitando a melhoria da renda do produtor, bem como contribuindo para o atendimento dos anseios por conservação ambiental.
Os dados do The World of Organic Agriculture – Statistics & Emerging Trends, mostravam que em 2020 eram 190 países com atividades orgânicas, sendo 76 com a atividade plenamente regulamentada. Os países com mais terras agrícolas orgânicas são Austrália (35,7 milhões de ha), Argentina (4,5 milhões de ha) e Uruguai (2,7 milhões de ha), o Brasil possui (1,3 milhões de ha).
Neste mesmo ano havia, pelo menos, 3,4 milhões de produtores orgânicos, estando 56% localizados na Ásia, seguidos pela África (24%), Europa (12%) e América Latina (8%). A comercialização de alimentos e bebidas orgânicas atingiu mais de 120 bilhões de euros em 2020 segundo o Research Institute of Organic Agriculture.
Os países com maiores mercados orgânicos foram os Estados Unidos (49,5 bilhões de euros), Alemanha (15,0 bilhões de euros) e França (12,7 bilhões de euros). Em 2020, na América Latina, eram mais de 270 mil produtores e mais de 9,9 milhões de ha de terras agrícolas manejadas no sistema orgânico. Isso constituiu 13,3% das terras orgânicas do mundo e 1,4% das terras agrícolas da região.
O Brasil tem o maior mercado de produtos orgânicos da América Latina. O Rio Grande do Sul possui 10,8 mil ha e a produção de orgânicos centram-se em grãos, erva-mate, frutas, mel, aves, ovos e uva (MAPA, 2017). Os principais benefícios relacionados aos alimentos orgânicos compreendem: nutrição e saúde, possuem baixo potencial contaminante, pois são cultivados sem o uso de agrotóxicos ou produtos químicos sintéticos; geralmente são menos processados sendo consumidos mais próximo de sua forma natural; são considerados “amigos” do meio ambiente, contribuindo para a manutenção da biodiversidade assim como possibilitam um uso mais sustentável do solo e da água; menor uso de combustíveis fósseis, tendo em vista serem comercializados, prevalentemente, nos mercados locais sendo transportado por menores distâncias contribuindo para uma menor emissão dos gases do efeito estufa; contribui para o desenvolvimento econômico, pois geralmente são produzidos por pequenas e médias empresas de abrangência regional; entre outros.
Tendo isso presente torna-se importante conhecer o comportamento de compra dos consumidores de orgânicos do nosso estado, o que está sendo alvo de investigação por parte dos pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis da Univates com apoio do CNPq.