TikTok, sim.  Mas não apenas

Opinião

Júlia Amaral

Júlia Amaral

Jornalista

Colunista do Caderno Você

TikTok, sim. Mas não apenas

Quando comecei a montar a pauta para esse fim de semana, vi ela mudar aos poucos e fiquei ainda mais feliz. A ideia inicial era falar sobre as obras mais lidas em 2022, mas uma informação belíssima cruzou o caminho: jovens e crianças são os que mais frequentam a Biblioteca Pública de Lajeado e de Estrela.

Eu nunca li “Diário de um Banana”, a obra mais lida da Biblioteca, mas não esqueço das histórias hilárias da Thalita Rebouças. Aos 11 anos, um livro com o título “Fala sério, mãe” parece a coisa mais legal – e rebelde – do mundo. Depois da série adolescente, eu passei por George Orwell, pelo Érico Veríssimo, pela Jane Austen. Então, como podem perceber, viajei por países e tempos diferentes. Uma bagagem que sigo enriquecendo e que muito me orgulha.

O que eu nunca fiz, no entanto, foi escrever um livro. Durante a pandemia eu li mais do que o normal, na tentativa de fugir do caos que se consolidava. Mas teve quem, mais do que ler, criou a sua própria história. E aos 9 anos! Uau! Mais do que criatividade, é preciso coragem para escrever e publicar um livro. Se isso ocorre ainda na infância, imaginem o que vai acontecer depois. As minhas expectativas são as melhores.

Pautas como essa me revigoram. Ainda mais porque é comum escutarmos falas que tratam os jovens com desdém, afirmações como “a juventude está perdida”, “essa gurizada não tem jeito” ou o clássico e triste “no meu tempo não era assim, era muito melhor”. Ora, o tempo passou, vai continuar passando, e não tem nada que possamos fazer para reverter isso. Me desculpem aqueles que amam o passado, mas o novo sempre vem.

Se olharmos com carinho e atenção, há muita coisa bonita no novo. Incentivar a leitura, a arte, celebrar os jovens e crianças que se envolvem com esse mundo é muito melhor do que reclamar de quem, muitas vezes, nem conhecemos. A literatura é uma das melhores coisas do mundo. A juventude também é. Aqui, eu sempre vou defender as duas coisas. Se juntas, melhor ainda.

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