Gourmetizaram o buteco

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

Gourmetizaram o buteco

O bar cumpre um papel vital às relações humanas. É plural e inclusivo como o antigo Maracanã. Claro, daquela época dos ingressos populares. O “butiquim” aceita todos os credos, correntes políticas e classes sociais. Um espaço sagrado para os homens. Onde aprendemos, ensinamos e, acima de tudo, rimos da nossa própria pequenez existencial.

O buteco raiz tem mesa de sinuca desnivelada. Cachaça com butiá que ninguém encosta há uma década. Um grande balcão, de preferência descascado e sem retoques. Lugar para vestes simples, chinelo de dedo, bermuda remendada, conserva de ovo cozido como enfeite de prateleira e pastel de carne frito na hora.

Sem frescura e mimimi. Pode-se falar sobre tudo, discutir religião e gostos musicais sem medo de ser julgado, defenestrado ou cancelado. Vive-se a utopia da liberdade entre um copo e outro. Agora esse tipo de buteco está ameaçado (inclusive tiraram o “u”, da linguagem informal e substituíram para “boteco”).

Veja bem, há um movimento em curso, uma transformação de gola polo e sapatênis. Dos cortes de cabelo dos sertanejos universitários. De um padrão de gosto restritivo e classista.

Tiraram o balcão. Colocaram mesa com madeira tratada e luminárias suspensas. A cerveja popular, gelada e barata, agora é artesanal, requintada e para poucos. O boteco gourmet virou como cadeira numerada na arquibancada. Paga-se muito para uma experiência fugaz, aquela que vale um storie nas rede social.

Tenho que confessar, minha vida social acabou. Não bato mais ponto nos bares faz anos – nesse tipo de boteco também me recuso a entrar. No entanto, guardo com carinho algumas das contribuições das noites de boemia à minha personalidade. Foi em um desses momentos que descobri a função de um amigo.

O de verdade é aquele que lhe coloca no devido lugar. Que faz colocar os pés no chão quando o ego atrapalha ou mesmo sair do fundo do poço quando a falta de autoestima puxa para baixo. Nos ajudam a entender que as vitórias são efêmeras e as derrotas só têm valor quando carregadas de aprendizados.

 


Não ganhei na Mega-Sena. E agora?

Para você que não ganhou na loteria, que assim como eu jogou, e tem como grande objetivo de vida ficar rico sem fazer esforço, fiz uma lista com três dicas necessárias para esse 2023. Anota aí:

1º Aviso aos credores. “Para todos que devo, infelizmente, o atraso continuará.”

2° Ao meu cunhado. “Mais uma vez, não vou te emprestar/dar dinheiro.”

3° Simpatia para ganhar dinheiro. “Acorde cedo, tome banho e vá trabalhar.”


Ouro na Matemática

Agora sem brincadeira. Uma menção séria. É preciso registrar a conversa que tivemos aqui na Rádio A Hora com o estudante Guilherme Sterz. Morador de Teutônia, o menino, de 12 anos, foi medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática.

Ao todo, houve 200 medalistas de ouro entre alunos do 6º e 7º ano no país. Ele esteve no Programa PENSE dessa terça-feira. Além do talento com os números, também mostrou muita capacidade de comunicação. Parabéns pela conquista Guilherme, também à educação de Teutônia, à escola Teobaldo Closs e aos pais, Lígia e Elton Sterz.

Estiveram no A Hora a secretária de Educação, Fabiana Lampert, a mãe, Lígia, o estudante Guilherme, o pai Elton e o diretor da escola, Arnildo Grutzmann. Crédito: filipe faleiro

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