Caso de dengue  já em dezembro alerta autoridades

LAJEADO

Caso de dengue já em dezembro alerta autoridades

No verão passado, pico da doença foi entre abril e maio. Em dezembro de 2021, nenhum contágio havia sido registrado

Caso de dengue  já em dezembro alerta autoridades
Principal forma de combater a proliferação do mosquito transmissor é eliminar as fontes geradoras do inseto. Crédito: Bianca Mallmann/Arquivo
Lajeado

Com um caso de dengue confirmado e 13 suspeitos já em dezembro, a Secretaria Municipal de Saúde acende um alerta em relação aos cuidados para a prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, que tem aumento na proliferação a partir dos próximos meses. Em dezembro de 2021, nenhum caso da doença havia sido confirmado.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município, Juliana Demarchi, a sazonalidade da doença é compreendida entre os meses de dezembro e maio, período em que a transmissão aumenta. Neste ano, o maior número de confirmações ocorreu em abril e maio.

Em 2022, foram feitas 4.294 notificações da doença e 3.993 casos foram confirmados. No ano anterior, o total de notificações foi de 121 e foram contabilizados 32 casos confirmados.

“Em 2021 foi o primeiro ano com registros de casos autóctones, ou seja, adquiridos dentro do município e 2022 foi o primeiro com registro de óbitos por dengue”, ressalta a profissional. No total, foram cinco mortes pela doença neste ano.

De acordo com a epidemiologista, acredita-se que em 2023 haverá antecipação do pico de casos, já que as notificações já começaram em dezembro. Juliana diz ainda ser cedo para saber se haverá mais casos confirmados no próximo ano, mas destaca a importância de intensificar as ações de combate ao mosquito para minimizar a possibilidade de um surto maior do que o de 2022.

Prevenção

Para bloqueio de transmissão e controle de surtos ou epidemias no município, é feita a aplicação de inseticida no entorno dos casos suspeitos e confirmados. Juliana destaca que o produto deve atingir o mosquito adulto no momento da pulverização e não tem efeito sobre as larvas. Desta forma, para o efeito desejado de controle da doença, a atividade deve ser executada em conjunto com a eliminação de criadouros.

“A principal forma prevenção de surtos de arboviroses continua sendo o combate ao mosquito vetor, por meio da eliminação das fontes geradoras de mosquitos dentro e ao redor das residências”, destaca a profissional.

Por isso, é importante tapar os tonéis d’água, deixar garrafas e recipientes com a boca para baixo, manter lixeiras bem tampadas, ralos limpos, com aplicação de telas, além de manter lonas para material de construção e piscinas sempre esticadas para não acumular água.

Como atualmente a vacina utilizada não está disponível pelo SUS, as medidas individuais de proteção devem ser o uso de repelente nas partes do corpo que ficam expostas e a instalação de telas em janelas e portas.

Juliana ainda descreve o Aedes aegypti adulto como um mosquito escuro, com faixas brancas no corpo e um desenho em forma de lira no tórax. Com hábitos diurnos, a fêmea do mosquito se alimenta de sangue humano, sobretudo no início da manhã e ao anoitecer.

No estado

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu na terça-feira, 27, um comunicado de risco sobre o aumento do número de casos de dengue. Os registros estão acima do esperado para a época do ano.

Desde o começo de 2022, o Rio Grande do Sul notificou 98.916 casos suspeitos e confirmou 66.731 casos de dengue, assim como 66 óbitos pela doença. De acordo com dados do estado, o mosquito Aedes aegypti está presente em 91% das cidades gaúchas, totalizando 453 municípios infestados.

Acompanhe
nossas
redes sociais