Como começou sua relação com a dança?
Começou em 2007, em Teutônia, onde criei o primeiro projeto. Comecei a fazer vários cursos, entre eles o com a professora Maria Alice Corazza, que é a melhor professora de fitness da terceira idade da América Latina, e através desses congressos e cursos eu fui criando gosto por trabalhar com a terceira idade e, principalmente, com a música.
E o que despertou o gosto pela música e dança?
Eu trabalhava, no início, com caminhada, com ginástica, mas eu via que os idosos, vendo minha avó, minha mãe, gostavam muito de música e de dançar. Aí eu comecei a mistura da ginástica dançante e hoje eu trabalho basicamente com a memória musical com eles, que são músicas antigas.
Pode-se dizer que a relação do meu trabalho com a dança tem quatro principais pilares: a música que gera dança, a dança que gera movimento, o movimento que gera o exercício, e o exercício que gera a qualidade de vida. Então, a minha relação com a dança começou vendo a necessidade que os idosos tinham de se movimentar e se alegrar. A dança traz alegria e movimento.
A dança traz benefícios que vão além da saúde física?
A dança tem uma característica muito importante, a gente diz que ela tem uma palavra só em três: psico-físico-social. Trabalha o psicológico deles. Para eles, é maravilhoso conseguir reviver as músicas de antigamente, eles cantam, tem lembranças boas, traz uma melhora na qualidade psicológico muito boa. O social é importante também. O idoso acabou sofrendo mais do que todas as outras pessoas durante a pandemia, com essa questão do isolamento social, então as atividades em grupo agora, com essa volta, é sensacional.
E como foi o trabalho durante a pandemia?
Durante a pandemia fizemos um trabalho inédito no Brasil, chamado “Vida Ativa em Casa”, que também tem publicação científica. Nós levávamos a dança até a calçada dos idosos.
Agora você vai publicar uma mais uma pesquisa em um Congresso Internacional. Como foi feito o estudo?
Aplicamos um questionário a aproximadamente 200 alunos, em que perguntamos como eles se sentem antes e depois da intervenção com orientações nutricionais. A minha esposa é estudante de nutrição e fala sobre o quanto a dieta adequada traz benefícios no processo de envelhecimento. Quando aplicamos um novo questionário, depois das orientações, notamos mudanças significativas.
Quais foram as principais alterações?
A gente percebeu que para a pessoa não cuida da alimentação, o exercício não vai ter o efeito que deveria ter. Essa pesquisa, de alimentação e atividades físicas com idosos, vem muito ao encontro de tantas outras que já foram publicadas. Este estudo foca nisso, no quanto a orientação ajudou eles. A gente não prescreveu nada, só orientamos. Coisas básicas que se encontram em qualquer lugar. Mesmo assim, notamos resultados na melhora da qualidade do sono, de mobilidade, alguns diminuíram características patológicas, hipertensão.