No fim do dia, o amor

Opinião

Júlia Amaral

Júlia Amaral

Jornalista

Colunista do Caderno Você

No fim do dia, o amor

Todo ano é a mesma coisa. Especial do Roberto Carlos, Simone cantando “Então é Natal”, afilhados escrevendo cartas fofas para o Papai Noel e, é claro, o grupo dos que gostam e dos que odeiam o amigo secreto. No fim, todos participam. Também vai acontecer, mais uma vez, aquela conversa no grupo de WhatsApp da família para decidir quem vai passar na padaria pegar o chester. Vai ter minha mãe insistindo pra gente ir na missa, pelo menos no Natal. Vai ter a família toda arrumada, na sala, esperando um sonoro “tá na mesa!”.

Antes disso, passamos por uma boa preparação. Esse ano, montamos o pinheirinho junto com meus sobrinhos. O momento ganha um brilho especial com eles e vai ser assim ano que vem, de novo. Na verdade, vai ser assim sempre, até que eles cresçam e descubram que o Bom Velhinho existe, sim, mas não tem a barba branca – meu pai tirou o bigode assim que os primeiros fios grisalhos apareceram.

Todo ano, lá em casa, é a mesma coisa. E é possível que muitas famílias que receberam o jornal hoje tenham uma noite parecida com a minha. Mas “muitas famílias” não são “todas as famílias”. E quanto mais a gente olha com atenção para o que é diferente, melhor.

Durante a produção do Caderno Você deste fim de semana, aprendi o que é a celebração judaica Chanuka. Aprendi, também, sobre os pontos similares entre o budismo e o cristinismo, mesmo que os budistas não passem a noite de 25 de dezembro celebrando o aniversário de Jesus Cristo. Em todos os casos, eles desejam o bem, a paz.

Henrique Lemes, praticante budista que entrevistei, me lembrou que tradições como as do Natal servem, sobretudo, para que possamos nos conectar com aqueles que são queridos para nós. Depois de um ano corrido, cheio de desafios e realizações, abraçar quem eu amo é voltar minha atenção para o que realmente importa.

Não sei como será o fim de semana de quem me lê hoje, mas desejo que seja repleto de carinho assim como será a minha noite de Natal deste ano, do ano que vem, e no outro, e no outro, como manda a tradição. Seja acendendo a vela em Chanuka ou compartilhando a ceia com os irmãos, o consenso é a importância de estar perto de quem queremos bem. Que assim seja.

Feliz Natal!

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