Como está a sua Governança Corporativa?

Opinião

Fernando Röhsig

Fernando Röhsig

Consultor empresarial

Como está a sua Governança Corporativa?

No trabalho como executivo, professor, voluntário ou consultor, tanto em empresas tradicionais quanto em startups, é fácil perceber como as organizações estão em diferentes estágios de desenvolvimento da sua Governança Corporativa. Uma é diferente da outra. Não há casos iguais, nem tempos iguais, mas diferentes jornadas e escolhas.

Ao avaliar questões como a história da empresa, a evolução dos negócios, os mercados em que atua, a capacidade dos líderes, os modelos de gestão e, principalmente, a cultura de cada empresa, é possível compreender como cada uma construiu o seu caminho.  A Governança Corporativa pode ser definida como o conjunto de regras que permitem governar um só “corpo”.

Este corpo é formado por estruturas que representam os proprietários, os donos. Essa representação pode se dar por meio do Conselho de Administração ou do Fiscal, por exemplo. Também pode ser por um Conselho Consultivo. Já na estrutura de governo que representa a gestão, temos pessoas que podem ser familiares dos proprietários ou profissionais de mercado contratados para exercer as funções de administradores.

Aqui entram os cargos conhecidos por nomenclaturas como Presidente, Diretor, Gerente, CEO, CFO, COO, etc. Não importa se são familiares ou profissionais externos: as regras para escolher como se dá o ingresso, os incentivos para permanecer e as alternativas de demissão da gestão da empresa devem ser muito bem combinadas entre os interessados.

Ao se fazer a escolha por contratar uma pessoa ou manter um líder na empresa, é preciso estar atento a dois fatores: a expectativa e os combinados. O líder deve saber qual é a expectativa dos proprietários sobre o que esperam de resultado do negócio. Isso requer um olhar de longo prazo e pode exigir entregas estratégicas. Para chegar lá, é preciso ter os combinados, os acordos com o líder sobre o que serão as entregas de curto prazo para se chegar na meta maior. Tanto a expectativa quanto os combinados devem estar orientados pela estratégia da empresa.

O importante na Governança Corporativa é que, seja o dirigente oriundo da própria família ou um profissional contratado, as melhores práticas tenham monitoramento, foco e disciplina para alcançar a performance desejada. Um olhar de apoio e suporte externo para buscar o consenso entre os interesses de proprietários e da gestão pode fazer sentido. A busca desta conexão para tornar possível o governo de um só corpo é pré-requisito da Governança Corporativa e um dos grandes segredos para se obter sucesso. É isso que fará a engrenagem se mover da melhor maneira.

Para verificar se estes movimentos são bem-sucedidos, é preciso mensurar os combinados de forma constante e verificar se os resultados agregam valor, garantem a perpetuidade, atraem e retêm os melhores profissionais e estão permeados pela cultura que trouxe as pessoas da organização até aqui. Governar um só corpo exige encaixe. Exige sabedoria. Exige capacidade empreendedora e estratégia. Nesta época do ano, sugiro que o líder pare e reflita sobre a Governança Corporativa na sua empresa. Dá para ir adiante?

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