“A gente vem ao mundo para fazer história”

ABRE ASPAS

“A gente vem ao mundo para fazer história”

Papai Noel de primeira viagem, Dairone Leonard, 64, é figura conhecida no centro de Lajeado. Trabalha na recepção de uma sorveteria na Av. Benjamin Constant. Simpatia, educação e habilidade com as palavras são marcas registradas. Nesta experiência como Bom Velhinho, a emoção Mmaior está na reação das crianças

“A gente vem ao mundo para fazer história”
Crédito: Filipe Faleiro
Lajeado

Como se preparou para virar Papai Noel? Em vez do bigode tradicional, percebi que deixou a barba.

(Risos) Viu só. A barriga também. Não tem enchimento, é natural. Também a barba branca (Mais risos). Mas vou te dizer, eu estava preocupado. Faz dez anos que eu queria me vestir de Papai Noel. Agora recebi a autorização. Eu fui palhaço de circo. Viajei por tudo que é canto. Mas Papai Noel é novo pra mim. Sabe né, não viemos a esse mundo só para comer, beber e dormir. A gente vem ao mundo para fazer história.

E a reação das pessoas, dos conhecidos, das crianças? Como tem sido?

De muita alegria. É uma satisfação saber que as pessoas estão gostando. O principal, sem dúvida, são as crianças. Elas fazem uma festa quando me veem. Querem ficar perto de mim. Até choram quando têm de sair. Isso me enche de orgulho. Ver o olho brilhando delas, é uma satisfação.

Como esse período é para o senhor?

É ter esperança, ter alegria e nos aproximarmos de Deus. Incorporar um Papai Noel para mim é sentir esse momento. É viver o espírito Natalino. De mantermos nossa fé em acreditar que há algo a mais.

Falar em Natal, se preparar para a data, dos encontros e troca de presentes, é tudo pensado nas crianças. Quais as lembranças que tem dessas vivências?

São emoções fortes. Lembro de quando eu era criança, da minha falecida mãe. Do meu irmão. Da minha filha quando era criança. Hoje ela está com 25 anos. É professora e vai casar no ano que vem, com um homem muito trabalhador, honesto. De muitas alegrias, também carrego muitas saudades. Principalmente do meu irmão. Não vejo ele faz 33 anos. Nossa infância, sempre estivemos juntos. Agora, nos falamos pouco. O Natal também é para isso, para nos lembrarmos de quem a gente ama.

Faz parte dos discursos populares. Do Natal ser um período de perdão, de nos melhorarmos, de sermos mais humanos. O que falta para sermos melhores?

Nós temos de ser mais humildes. Isso faz as pessoas serem melhores. De que adianta ser bonito, bem-sucedido, ter dinheiro, ter conquistas e desprezar os outros. Essa é uma lição que carrego comigo e que peço, inclusive, para todos os pais, ensinem isso às crianças.

Você viu Lajeado mudar. Ao longo de duas décadas, o que mais lhe chama atenção?

Ando pelo centro desde quando tinha 14 anos. Mudou muito. A cidade se transformou. Se desenvolveu. Neste período em que trabalho aqui, há muitas diferentes. Não tinha tanto carro. Tanto movimento. Lajeado é uma cidade maravilhosa. Aqui tem trabalho. É uma oportunidade a cada esquina. No meu tempo não era assim. Eram poucas vagas. Hoje, só não trabalha quem não quer.

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