“Todas as nossas escolhas provocam impactos no meio ambiente”

ABRE ASPAS

“Todas as nossas escolhas provocam impactos no meio ambiente”

Miriam Helena Kronhardt, 46, nasceu em Porto Alegre, mas veio a Lajeado com seis anos de idade. Hoje, é coordenadora do Museu de Ciências Univates e acredita que a educação é a melhor forma de desenvolver cidadãos mais conscientes sobre o meio ambiente. No Dia da Consciência Ecológica, Miriam destaca a importância do contato com a natureza para as crianças.

“Todas as nossas escolhas provocam impactos no meio ambiente”
Crédito: Raica Franz Weiss
Lajeado

Qual a sua formação acadêmica e função no Museu de Ciências Univates?

Eu sou bióloga, com mestrado em Sistemas Ambientais Sustentáveis. Fiz o curso com Licenciatura, então também já dei aulas. Trabalho no Museu há 16 anos, onde sou coordenadora.

Por que decidiu trabalhar nessa área?

Sou filha de agricultores, então cresci em contato com a terra e as plantas. Gosto de dizer que tenho uma conexão com a natureza. Escolhi trabalhar com isso porque acredito que passar conhecimento adiante é uma forma de melhorar a vida das pessoas.

Hoje, 22 de dezembro, é Dia da Consciência Ecológica. Como você enxerga esse tema na sociedade atual?

Acredito que estamos evoluindo, despertando mais para a questão ambiental. Embora, acho que ainda precisamos compreender o real significado da ecologia. Temos que entender que todas as nossas escolhas provocam impactos no meio ambiente, nós somos completamente dependentes da natureza.

O que eu percebo, muitas vezes, é que as pessoas olham para o meio ambiente de forma dissociada e não se dão conta de que nós somos parte dele. Por isso acredito que a educação de qualidade, que desperte para uma consciência ecológica verdadeira, é um caminho para vivermos em harmonia com o Planeta e garantir um futuro sustentável.

Como vocês trabalham a educação ambiental no Museu, quando recebem visitas?

Nós temos visitas guiadas, sala de exposições, também realizamos oficinas e palestras. A cada ano, escolhemos uma temática para desenvolver e, em 2022, trabalhamos as mudanças climáticas. Neste ano, recebemos mais de 150 visitas orientadas no Museu, fizemos 41 oficinas, com mais de mil alunos.

Nosso público é bem diverso, atendemos desde crianças até alunos de Pós-Graduação, mas a maior parte das visitas são de escolas de educação básica. Acredito que é por meio da educação que ensinamos os mais novos sobre consciência ecológica, é pelo conhecimento que eles entendem como as ações humanas impactam a natureza e por isso a importância de preservar os recursos naturais.

Você já trabalha há 16 anos no Museu. Nota diferença nas novas gerações?

O que percebo é que, desde a pandemia, os jovens estão mais ativos e inquietos. Tem sido mais complicado reter a atenção deles durante as explicações, estão mais dispersos e precisam de muita interatividade. Por isso, no Museu, temos vários jogos e atividades interativas, eles gostam bastante. As novas gerações também estão mais conscientes sobre a importância do cuidado com a natureza, principalmente porque o acesso à informação é mais fácil.

Mas, ao mesmo tempo, eu percebo um distanciamento de coisas simples, do próprio contato com o meio ambiente. Nunca me esqueço de uma aluna de 11 anos que ficou perplexa ao descobrir que a carne vinha da vaca. Falta esse contato com a natureza, muitas crianças só conhecem o supermercado.

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