Como começou a sua história com a dança?
Eu via o meu pai e minha mãe dançando em casa. Nós íamos em CTGs e meu pai dançava comigo, com minha mãe e minha irmã. Eu escutava músicas de artistas como Legião Urbana, Capital Inicial, e comecei a criar gosto pela cultura. Na adolescência, minha irmã foi em um curso de dança afro e eu ia junto, eu adorava. Uns sete anos depois, procurei a dança oriental árabe. Naquele momento, decidi que a dança era um caminho. Busquei a faculdade de educação física e troquei para licenciatura em dança. Fiz uma especialização em pedagogia da arte, além de muitos cursos.
O que a fez se interessar pela prática?
A mudança que eu percebi, a desinibição, a postura. Todas essas coisas que eu procuro levar para os alunos, percebi em mim. Além da felicidade em estar dançando, isso é fundamental. É uma emoção que não se explica, se sente. E isso me fez querer dançar.
O que destaca da sua trajetória pela dança até aqui?
Ela tem uma base fundamentada na família e depois veio o lado profissional que foi no trabalho em escolas, com o Projeto Vida. Fiz alguns trabalhos coreográficos em Farroupilha e São Leopoldo. Nas escolas, tive a oportunidade de fazer algo que eu chamava de alfabetização corporal em dança. Também dei oficinas de dança gauchesca e danças urbanas e tinha um trabalho de ritmos nas academias. No meio disso, veio o convite para participar da comissão de frente da Escola de Samba Inhandava, de Bom Retiro do Sul.
Quando passou a integrar o Centro de Cultura Afro-Brasileira de Lajeado?
Isso partiu de um desafio, em 2019, de retomar o grupo de dança. Esse é um trabalho voluntário e temos buscado mais mulheres para participar. Sempre achei importante que se tivesse uma representatividade do negro na tradição gaúcha e criei a coreografia que apresentamos nesse ano na semana farroupilha, “Os lanceiros negros Farrapos”, porque eu acreditava que isso seria importante, mostrar que estamos ocupando espaço pela dança, pela arte.
Além disso, você atua na Adefil. Como surgiu o convite?
Na pandemia, eu tinha pesquisado sobre dança em cadeira de rodas, conheci o grupo e fiz algumas experimentações. Mais tarde surgiu o convite. Saí da primeira aula na Adefil e chorei muito, estava muito emocionada.
O que o espetáculo na Univates significou pra vocês?
A dança contemporânea inclui todos os tipos de corpos e várias possibilidades de movimentos. Naquele momento do espetáculo, acredito que foi o ápice pra eles. Antes disso, pra mim, significou desafio, criação e superação.