Como você recebeu essa notícia?
Fiquei muito feliz com essa notícia. O Hospital é um patrimônio histórico de Marques de Souza e demais municípios. O título é muito gratificante, mas cabe ressaltar que não fazemos a gestão sozinho, e sim com a ajuda da comunidade e de todos os 62 funcionários, pois nestes seis anos à frente do Hospital foram muitos os desafios, inclusive o risco de fechar as portas.
Você é natural de Cachoeira. Como chegou em Marques de Souza?
Permaneci em Porto Alegre até a aposentadoria. Em 2010, decidimos vir morar em Marques de Souza, terra natal da minha esposa Vânia Scheuer Trindade. Nossa intenção era de sair dos grandes centro e ter uma vida tranquila aqui no interior
Como você ingressou na direção do Hospital?
Marino Kich era meu vizinho e secretário da Associação Hospitalar. Ele me convidou para se associar e ocupar um cargo na direção. Eu assumi, tempos depois, a secretaria do hospital. Na sequência dos anos, ocupei a vice-presidência e em 2016 assumi a gestão após o falecimento de Meljor Ritter.
O hospital passou por mudanças significativas na estrutura. A que se deve isso?
Me inspirei no trabalho voluntário das pessoas. Foi dessa forma que nasceu o hospital, sempre com a ajuda da comunidade. Visto as condições dos últimos anos, encontramos a necessidade de recuperar a casa de saúde e evitar o fechamento. A nossa saída foi pedir a colaboração dos municípios e unir forças para tornar nossa casa de saúde uma referência.
Como isso foi possível?
Buscamos recursos para tornar as reformas e adequações viáveis, pois os repasses do SUS não cobriam os custos. Mesmo assim, unimos as forças políticas e empresariais da cidade. Assim fizemos reformulação da estrutura física, readequamos bloco cirúrgico, lavanderia, cozinha, oferecemos novas especialidades e recentemente criamos o Lar de Idosos Dona Dora.
Antes de chegar ao hospital, quais atividades exerceu?
Muito cedo, aos 11 anos, minha família se transferiu para São Borja, onde passei a adolescência. Para continuar os estudos, fui morar em Porto Alegre aos 17 anos. Em 1970 iniciei minha atividade profissional em uma empresa de topografia e em 1973 nos transferimos para Altamira no Pará para demarcação de lotes para assentamento ao longo da Transamazônica.
Trabalhamos também em obras de loteamentos ao longo da rodovia Cuiabá-Santarém. Em 1980, fui convidado pra trabalhar na Funai, em Brasília, na delimitação e demarcação de áreas indígenas. Em 1983 voltei à Porto Alegre trabalhar na administração de uma gráfica e permaneci até a aposentadoria.