Mais de 50kg de resíduos já foram retirados da Ecobarreira do Arroio do Engenho. Instalado em abril, o objetivo da estrutura é impedir que o lixo plástico avance até o Rio Taquari. Conforme a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) de Lajeado, garrafas plásticas e isopor foram os materiais mais recolhidos.
Também foram encontrados um farol de carro, bolas, decoração e frasco de remédio. Conforme a coordenadora do centro de Educação Ambiental da Sema, Gabriela Roehrs, os materiais retirados das ecobarreiras se decompõem na água e se transformam em microplásticos, que acabam sendo ingeridos por animais, que os confundem com alimento. “Às vezes, vemos ações falando de lixo no oceano, mas isso fica longe da realidade. Por isso, a ecobarreira vem nos dizer que o lixo do oceano também é nosso e está sendo levado por nossos rios”, destaca Gabriela.
Gabriela afirma que o monitoramento da ecobarreira é feito uma vez por semana. “Quando sabemos que vai chover, acabamos indo antes, pois sempre há risco da barreira soltar”, completa.
Foto: Divulgação
Histórico da ecobarreira
Em 2018, a administração municipal organizou o projeto Nosso Engenho, com o objetivo de limpar o Arroio por meio de ações que visavam a melhoria da qualidade da água, conservação e recuperação das áreas sem canalização e abertura dos trechos tamponados.
No momento, foi analisada a necessidade de uma ecobarreira. A estrutura foi produzida em 2021, pela 1ª turma de Guardiões Ambientais Mirins, e instalada neste ano, próximo à ponte do novo Parque Ney Santos Arruda. A coordenadora lembra também que a estrutura chegou a ser instalada no Parque dos Dick, mas a barreira foi depredada e as cordas foram furtadas.
O projeto foi inspirado nas ecobarreiras do Arroio Dilúvio, de Porto Alegre, e do rio Atuba, em Curitiba. Na capital gaúcha, o dispositivo foi instalado em 2016 e já impediu que 775 toneladas de resíduos, entre garrafas pet, embalagens e até eletrodomésticos, chegassem às águas do Guaíba.
