É preciso debater (mais) o transporte público

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

É preciso debater (mais) o transporte público

A cidade de Lajeado tem um dos maiores índices de veículos per capita do Estado. E isso não é uma novidade. Muito pelo contrário. Já faz algum par de anos que o principal município do Vale do Taquari ostenta este instigante posto dentro do Rio Grande do Sul, assim como cidades vizinhas ou nem tão distantes.

É um cenário consolidado, e com baixa probabilidade de um revés considerável em curto ou médio prazo. Ou seja, é preciso aceitar essa realidade e trabalhar os movimentos coletivos com base nestas informações. Da mesma forma, é preciso entender que a única saída para mitigar alguns velhos gargalos é o transporte coletivo.

O debate sobre o transporte coletivo ainda é raso em Lajeado. A simples (ou nem tão simples assim) instalação de uma parada de ônibus na Av. Benjamin Constant ganhou ares de novela mexicana. E ainda não acabou. O amplo debate realizado na câmara de vereadores, que resultou nas regras ao edital de licitação para a concessão dos serviços, em junho de 2019, gerou poucas mudanças se comparado ao sistema implantado pelo antigo concessionário. Salvo algum acréscimo no conforto, e alguns reajustes tarifários, o modelo oferecido ao usuário difere pouco dos modelos tradicionais.

É complexo apontar culpados. O transporte público coletivo enfrenta os mais variados dilemas nas mais diversas partes do mundo. Em países desenvolvidos ou subdesenvolvidos. Cada qual com seus defeitos, subsídios e soluções paliativas, e sempre guardando as devidas proporções. Fato é que a mobilidade urbana em pequenas ou médias cidades já é um problema crônico em determinados horários. Faz horas que isso deixou de ser uma preocupação apenas nos grandes centros urbanos do país. É o caso de Lajeado, por exemplo, o principal município do Vale do Taquari, e onde o transporte público ainda é debatido na antessala.


Exemplo aos parlamentares

O vereador de Encantado Cristiano Costa (PSDB) anunciou nesta semana que não vai usar emendas individuais impositivas, que permitem aos integrantes do Legislativo determinar de que forma serão aplicados recursos públicos. Em suma, a ferramenta é uma cópia local das famigeradas emendas parlamentares gerenciadas em Brasília. Segundo ele, a decisão está baseada no seu posicionamento contrário à prática prevista na legislação municipal.

O vereador considera “imoral” o uso de dinheiro público pelos parlamentares. “É um artifício que os vereadores têm de garantir seus eleitorados de forma antecipada”, justifica. Conforme a legislação municipal, criada e aprovada dentro da câmara, cada vereador dispõe de R$ 75,8 mil por ano para aplicar onde desejar, desde que 50% sejam investidos na área da saúde. Com a desistência do tucano, o governo de Encantado é quem define a aplicação do recurso.


Schneider no União Brasil?

Com forte ligação com o MDB, e recente passagem pelo PTB, o prefeito de Estrela, Elmar Schneider, define até março se confirma ou não uma informação ventilada no início de 2022. Ele está próximo de se filiar ao partido União Brasil, cuja coordenação regional passa a contar com o articulista político, Fabiano Diehl, que deixa na sexta-feira a Direção de Comunicação da prefeitura estrelense.

Além de Schneider, outros agentes devem assinar com a nova sigla. Entre eles, o ex-prefeito de Estrela e atual Secretário Estadual de Desenvolvimento Urbano, Rafael Mallmann; a Secretária Municipal de Desenvolvimento de Estrela, Carine Schwingel; o Secretário de Obras de Estrela, Osmar Müller; e o suplente de vereador, Claudiomiro da Silva.


Vice-governador em Estrela

Gabriel Souza (MDB) confirmou presença no ato de inauguração da nova unidade industrial da Cooperativa Languiru, junto ao complexo portuário, em Estrela. O evento ocorre na sexta-feira, a partir das 10h30min.

Ontem, o presidente da cooperativa, Dirceu Bayer, e o prefeito estrelense, Elmar Schneider, visitaram o futuro vice-governador no escritório do governo estadual (CAFF), em Porto Alegre (foto). Além de reforçar o convite, e ouvir o “sim” do prestigiado emedebista, Bayer tratou de assuntos tributários que interessam ao Vale.


 

TIRO CURTO

• O governo de Estrela iniciou a sua parte nas obras da ciclovia que ligará a cidade com as vizinhas Colinas e Imigrante, naquela que poderá ser a maior pista para ciclistas intermunicipal do Brasil, com cerca de 30 quilômetros de extensão junto à ERS-129. Lembrando que Lajeado também estuda formas de se conectar ao empreendimento.

• O processo de construção da ciclovia intermunicipal não é simples. Envolve desapropriações de áreas lindeiras à ERS-129, por exemplo, e também deve enfrentar questionamentos por parte de alguns ciclistas. Nada que não possa ser resolvido com bom diálogo. De preferência, de forma antecipada.

• Mudando de “saco para mala”. Você vai torcer para Marrocos contra a França na semifinal da Copa do Mundo? Sim ou claro?

• Em tempo, e pelo jeito, o Brasil do estrategista Tite escapou de “pagar um vale” frente à faminta seleção da Argentina. Ou não?

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