Pouco interesse dos líderes municipais e dificuldades para confirmar os votos no aplicativo da consulta popular são os dois motivos centrais para a baixa adesão dos eleitores da região. É o que afirma o presidente do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), Luciano Moresco.
As estatísticas de apresentação foram divulgadas na manhã de ontem pelo governo do Estado. Entre as 28 regiões gaúchas, o Vale ficou na 24ª posição em termos de votos tabulados. Dos mais de 281 mil eleitores, foram 1.826. Representa 0,6%. A meta estipulada era de no mínimo 2% de participantes.
“Temos de lamentar esse resultado. Há um certo descrédito com a consulta. Seja pelos problemas no aplicativo, na hora de fazer o voto, ou mesmo no desinteresse regional”, diz Moresco. De acordo com ele, por mais que o Codevat tente mobilizar as cidades, a adesão se fortalece quando há engajamento de líderes municipais.
“Municípios que tinham potencial de, pelo menos, cem votos, fizeram dois”, realça. Na avaliação dele, reverter essa tendência de distanciamento passa pela reformulação dos Comudes, dos conselhos municipais de desenvolvimento.
Quanto ao resultado no RS, foram 137.764 votos. O número representa alta de 22% ao total de 2021, quando o processo somou 112.496 pessoas participantes.
Impasse no resultado
A listagem do governo do Estado aponta para aplicação em dois projetos. Os mais votados foram investimentos em cisternas, para armazenamento de água. O outro, políticas voltadas aos hortifrúti, com organização da cadeia produtiva e fortalecimento da produção de alimentos orgânicos. Pela registro do Codevat feito ao Piratini, havia o pedido de não vincular recursos para a mesma área, no caso, a agricultura familiar.
Segundo Moresco, a aplicação ficaria para a primeira votada (cisternas) e a terceira, referente à proteção ambiental, de tratamento dos dejetos suínos. “Vou informar o Estado sobre isso. Deixamos claro qual seria o nosso critério.
Quatro propostas da região participaram. Os dois projetos do Vale do Taquari vão dividir o valor de R$ 1,5 milhão. Pouco mais de R$ 785,7 mil para cada. A previsão é de que os recursos sejam incluídos no orçamento do Estado em 2023 para o primeiro projeto e em 2024 para o outro.