O fechamento da maternidade do Hospital São José foi descartado pelos gestores da Rede de Saúde Divina Providência e pelo secretário municipal da Saúde, Gustavo Kasper. O suposto risco de término dos atendimentos foi um dos assuntos trazidos na última sessão da câmara pelas vereadoras do MDB, Helena Matte, que já foi secretária da área, e Adiles Mayer.
Helena afirma que foi procurada por pacientes e mães que relataram preocupação com a situação da ala, pois o fechamento já teria sido cogitado em anos anteriores. Em nota, a Divina Providência, responsável pela gestão do hospital, reconhece que enfrenta dificuldades em manter os serviços de urgência na área obstétrica devido às exigências legais em manter o serviço de atenção às gestantes.
Outro fator apontado é a falta de médicos especialistas para completar as escalas de horários e a elevação acelerada de custos. Entretanto, os serviços são mantidos graças aos aditivos financeiros recentes feitos pelos sete municípios conveniados: Arroio do Meio, Capitão, Travesseiro, Putinga, Progresso, Boqueirão do Leão e Pouso Novo.
Em Arroio do Meio, o repasse mensal determinado em convênio é de R$ 23 mil. Em 2021, o repasse era de R$ 15,6 mil.
Em 2022, de janeiro até novembro, o Hospital São José realizou 307 partos. Em 2021, o total foi de 430 nascimentos. Uma resolução de 2017, da Comissão Intergestores Bipartite (CIB/RS) determina que, em um ano, sejam realizados 365 atendimentos no serviço de atenção às gestantes de risco habitual em hospitais.
Inverdades
Na sessão da câmara dessa quarta-feira,7, as declarações relacionadas ao fechamento da maternidade surpreenderam alguns setores do governo municipal. Os secretários da Administração, Aurio Paulo Scherer, e Gustavo Kasper, da Saúde, trataram o assunto como uma inverdade. “Essa situação foi negociada entre hospital e administração. O município garantiu os recursos necessários para manter o serviço. Isso está encaminhado há pelo menos três semanas. Não existe risco de fechar”, afirmou Scherer.
Na visão dele, houve a tentativa de manipular a opinião pública com as manifestações relacionadas ao hospital. Na mesma sessão, três projetos encaminhados pelo Executivo, que solicitavam a prorrogação de contratos temporários, foram rejeitados. “A oposição pensa na próxima eleição e segue orientações de fora criadas por um ex-prefeito”, diz.