Dona do décimo maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, a Coreia do Sul é uma potência mundial. Reconhecida por avanços tecnológicos em diversos setores, o país busca uma aproximação com o Brasil. E o Vale do Taquari pode se beneficiar com as parcerias, seja entre empresas, entidades ou universidades.
A aproximação entre as duas nações, segundo o presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil – Coreia do Sul, Pablo Palhano, pode tornar o país uma potência em exportação de tecnologia. Ele esteve em Lajeado nessa semana, a convite do presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Instituições Comunitárias de Educação Superior do Rio Grande do Sul (Sindiman), Oto Moerschbaecher.
Palhano, em visita à Rádio A Hora 102,9, afirmou que a Coreia tem grande interesse em firmar parcerias, seja em processos de inovação ou no intercâmbio de pessoas. Para isso, projeta a apresentação de um relatório até o fim de 2023. No documento, vai propor demandas e sugestões aos municípios, estados, entidades de classe, empresas e universidades.
“Nós vivemos um momento único e buscamos aproximar os dois países, através de um acordo. O governo coreano se colocou a disposição, tanto do Senado quanto da Câmara dos Deputados. Vamos entender a necessidade de cada um e, com isso, esperamos que ambos possam elaborar um relatório que seja conclusivo para a aproximação dos dois países”, afirma.
Interesse antigo
Palhano, que tem familiares em Lajeado, relata que o interesse coreano em estreitar relações com o Brasil é antigo. Porém, nunca houve efetivamente uma parceria que rendesse frutos aos dos países. “Não avançou devido às questões políticas internas. Essa relação é atrativa em todos os sentidos para o Brasil”, avalia.
Mesmo sem a parceria oficial entre os dois países, muitos brasileiros vivem hoje na Coreia do Sul. Inclusive, é um dos poucos países onde o brasileiro não precisa de visto para ingressar. Estima-se que pelo menos 500 famílias originárias do Brasil residam no país asiático.
Smart cities
No contexto regional, Palhano acredita que a aproximação do Brasil com a Coreia pode ser benéfica para o desenvolvimento de projetos voltados ao modelo de “smart cities”, com recursos disponibilizados pelo fundo nacional das cidades. Para isso, porém, dependerá dos próprios municípios em buscar essas soluções.
“Lajeado tem tudo para que um projeto dessa magnitude seja desenvolvido em relação às smart cities, com soluções em tecnologia, atração de empresas sul-coreanas para investir em nossa região. Ou as próprias indústrias locais podem buscar essas soluções já existentes. Isso é apenas o começo”.
Para Moerschbaecher, é importante colocar as universidades gaúchas, entre elas a Univates, a disposição das instituições coreanas. “É um país muito avançado tecnologicamente e que fez uma revolução no processo educacional. Chegou a consumir 30% do PIB em educação. Sempre tivemos essa visão de que se aproximar deles seria algo importante”, pontua.