O 7X1 ainda vive

Opinião

João Lucas Feldens Catto

João Lucas Feldens Catto

Advogado desportivo

O 7X1 ainda vive

Lajeado

Finalmente chegamos à Copa do Mundo de 2022. Que período espetacular.

Uma Copa do Mundo que vai ficar para a história, pois além de ser a primeira realizada no Oriente Médio, vai ser a última com 32 seleções. A partir de 2026, México, Canadá e Estados Unidos sediarão um mundial com 48 seleções.

É o ápice do futebol.

Todo jogador de futebol sonha em algum dia vestir a camisa da Seleção Brasileira e ser privilegiado por fazer parte de um grupo responsável por embalar o sonho de uma nação inteira.

Imagine então representar o Brasil em uma Copa do Mundo? Volto a repetir, é o ápice, entretanto não somente do futebol, mas também da vida daquele menino que sai do conforto da lar muito jovem e se torna atleta profissional.

Nossa seleção estreia hoje na Copa do Mundo contra a Sérvia e eu estarei aqui, vestido de verde e amarelo torcendo pela conquista da nossa sexta estrela dourada (espero que ninguém me chame de arrogante por conta disso, assim como fizeram com nosso camisa 10, Neymar).

Chegamos, talvez, no nosso melhor momento, com a melhor das expectativas para essa Copa. Depois de muito tempo, o Brasil deixou de ser dependente de Neymar, que continua sendo nossa maior referência técnica e que carrega esse peso desde seus 18 anos (vocês lembram da sua maior responsabilidade aos 18 anos?).

Temos diversos nomes que estão acostumados a grandes jogos, que podem resolver uma partida a qualquer momento e com poder de decisão enorme. Estando Neymar presente para dar seu toque de genialidade ou não.

Mas infelizmente a torcida brasileira desaprendeu a vencer, ficando ainda as marcas do 7×1. O futebol brasileiro sempre foi conhecido pela irreverência e alegria em campo, mas também somos conhecidos pelo nosso espírito vencedor, acostumado a conquistas.

De todos os convocados, apenas 5 não conquistaram títulos nos últimos 2 anos e 15 já conquistaram mais de 10 títulos profissionais na carreira! Números impressionantes, ainda mais levando em consideração que esses que ainda não chegaram a dois dígitos de títulos na carreira possuem média de idade de 23 anos. Irretocavelmente é uma geração vencedora, podendo Neymar conquistar no mundial o seu 28º troféu e Daniel Alves, simplesmente o maior vitorioso de todos os tempos, podendo chegar ao 44º título conquistado!

E é justamente no atleta mais acostumado a vencer que surge a maior polêmica da convocação.

Dani Alves, apesar de jogar no Pumas do México, possui um espírito vencedor e por onde passou deixou sua marca. Exemplo disso é que ele foi para o São Paulo e ajudou o clube a sair de uma amargura de 9 anos sem ganhar nenhum título sequer. Ele conhece o caminho da vitória.

Recentemente conversei com um ex-atleta que jogou com Dani Alves e ele me confessou que seu trabalho é extremamente intenso, não há nada que lhe tire o foco. As fotos dele nos treinos preparativos para copa comprovam isso, Daniel Alves é pura entrega. E para um futebol de altíssimo nível, onde talvez a exigência emocional se sobreponha a física, é preciso saber vencer, coisa que nós torcedores desaprendemos. Portanto, talvez esteja aí o motivo, por termos desaprendido a sentir o gosto da vitória que criticamos tanto aquele que conhece, quer e sabe como vencer.

Mas convenhamos, quando a maior polêmica da convocação está sobre o lateral-direito reserva é porque “seu Adenor” fez um ótimo trabalho ao escolher seus comandados na busca do hexa.

Vamos com tudo Brasil!

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