Entre as percepções  antagônicas, o  equilíbrio é a resposta

Opinião

Cíntia Agostini

Cíntia Agostini

Vice-presidente do Codevat

Assuntos e temas do cotidiano

Entre as percepções antagônicas, o equilíbrio é a resposta

Dicotomia significa oposição entre duas coisas e equilíbrio é um estado no qual nenhuma força antagônica se sobrepõe à outra. Eu poderia aqui citar inúmeros exemplos de dimensões de análise e ação que em determinados momentos entendemos como antagônicos, mas aqui vou me dedicar a discutir três que estão muito presentes na vida de todos nós.

Nos anos de 1960-1970, houve inúmeros embates nos quais existiam compreensões que as questões ambientais eram antagônicas às questões econômicas. Ou seja, a economia não poderia se sujeitar à conservação e restauração ambiental, tanto que os embates eram intensos e, em alguns momentos, violentos. Já durante a pandemia, nos anos de 2020-2022, vivemos mais uma dicotomia, entre saúde e economia.

Novamente foram colocadas em lados opostos as necessidades econômicas, da produção e do trabalho, e as necessidades da saúde. Levamos muitos meses para conhecer melhor o que estava acontecendo com toda a sociedade mundial e readequarmos nossas vidas a essa condição temporária. Por fim, nas últimas semanas estamos vivendo mais uma dicotomia, colocando em lados opostos, as políticas sociais e as políticas fiscais, nos encaminhamentos do grupo de transição do governo federal. Esses são somente três exemplos e que nos colocam como os aspectos citados são antagônicos, quando, na verdade, a chave está no equilíbrio.

O tema ambiental é uma das pautas mais atuais da sociedade mundial, e, claramente, o equilíbrio é a chave para a humanidade atual e as futuras gerações viverem com qualidade. No caso da pandemia, percebemos, com o passar do tempo, que era possível cuidar da nossa saúde, cuidar da saúde dos que mais precisavam e retomar nossos negócios. A pandemia causou um avanço exponencial de novos negócios, de novas ferramentas de trabalho, de inovações nas vendas e nas cadeias produtivas.

Não devemos deixar de levar em conta as pessoas que perdemos e as consequências negativas para inúmeros negócios e vários setores, mas é o equilíbrio que possibilitou continuarmos vivendo, mesmo considerando os contingenciamentos da pandemia. Por fim, as últimas semanas foram colocados em lados opostos as necessárias políticas sociais, de ampliação de renda da população carente, e o cumprimento das responsabilidades fiscais.

Novamente, não é na dicotomia que as respostas se dão, e sim, no equilíbrio. Equilíbrio necessário para as contas dos estados e o atendimento da população necessitada. Não precisamos viver dicotomias, ou seja, oposição entre responsabilidade fiscal e políticas sociais, e sim, o Estado precisa agir para atender a sociedade como um todo, ser responsável com quem mais precisa e ser responsável com quem contribui com os recursos para o atendimento da sociedade como um todo. Isso é possível, pode levar um pouco de tempo e ajustes são necessários, e equilíbrio é a resposta.

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